Em tempos de produções cada vez mais voltadas ao entretenimento rápido e à busca incessante por aprovação nas redes, surge uma obra que escolhe o caminho inverso: provocar. E por trás dessa escolha está o diretor de After the Hunt, que, em recente entrevista, falou abertamente sobre o papel do cinema atual, as contradições humanas e os limites entre entretenimento e reflexão.
Logo no início da conversa, ele foi questionado se, nos dias de hoje, as pessoas têm medo de encarar suas próprias contradições. A resposta foi direta: não se trata de medo, mas de consciência. “Vivemos em um tempo mais consciente sobre os limites nas relações entre nós e o outro. Existe um senso de respeito que aumentou nos últimos anos — e isso é fantástico e muito importante”, afirmou.
Esse olhar sensível e, ao mesmo tempo, corajoso é refletido em cada cena do filme. After the Hunt não é apenas um thriller psicológico. É um mergulho profundo nas camadas mais complexas do ser humano — aquelas que evitamos tocar, mas que, quando expostas, geram as discussões mais necessárias.

O diretor não esconde seu prazer em provocar tais reações. “Se, depois do filme, o público sai com uma sensação de incômodo, se sente desafiado em seus valores ou pensamentos, e isso gera uma conversa… então valeu a pena. Gosto da ideia de ‘mexer no vespeiro’, no bom sentido”, brincou ele, usando uma expressão tipicamente brasileira trazida pela entrevistadora.
Essa ideia de que “nem tudo precisa ser confortável” permeia todo o discurso do cineasta. Ele acredita no poder da arte como ferramenta de questionamento. E mais do que isso: acredita no público como agente ativo desse processo. “Quero entreter, sim, mas quero que as pessoas se envolvam de um jeito que as faça pensar, discutir, sentir algo que vá além da tela.”
Parte da força de After the Hunt está também no elenco, cuidadosamente escolhido. O diretor fala com entusiasmo sobre a química com Julia Roberts, com quem compartilha não só uma parceria profissional, mas também uma amizade sincera e divertida. “Desde a primeira conversa, parecia que nos conhecíamos há anos. Trabalhar com ela foi como brincar em um parquinho, com total liberdade e confiança.”
O elenco mistura nomes consagrados e talentos emergentes, como Andrew Garfield, Io, Michael Stuhlbarg e outros. Essa diversidade de estilos e perfis não foi por acaso. “Quando colocamos diferenças reais lado a lado, construímos algo mais forte, mais sólido. É a diversidade que torna a estrutura resistente.”

Essa abordagem — de reunir pessoas de origens, técnicas e histórias distintas — também é um reflexo direto da visão do diretor sobre o mundo. “Basta sair na rua em qualquer cidade do mundo para ver como a vida é feita de variedades. A realidade já é diversa. O cinema só precisa refletir isso.”
A estética do filme também não passou despercebida. A entrevistadora apontou o forte clima de cinema dos anos 70 e 80, e o diretor confirmou: essa foi uma referência clara desde o início da produção. “Pensamos muito na estrutura visual de filmes de Mike Nichols e Bergman, principalmente nas relações entre mulheres. Prestamos homenagem direta a mestres como Gordon Willis. A fotografia e a direção de arte foram pensadas para que o filme respirasse esse espírito.”
Mas talvez o ponto mais forte da entrevista seja a valorização da contradição humana. “Não somos só bons ou maus. Somos complexos. E é bonito ver como nossas diferentes formas de ser interagem com as dos outros”, disse. Em tempos de julgamentos rápidos e opiniões polarizadas, ouvir isso de um artista que aposta em filmes “para adultos” — no sentido de que exigem maturidade emocional — é quase um alívio.
No fim, After the Hunt não é um filme para agradar a todos. E nem quer ser. É uma obra que incomoda, que convida à conversa, que confronta a zona de conforto. E esse, talvez, seja o maior mérito da arte: nos lembrar de que viver, sentir e refletir são experiências intensas — e, sim, contraditórias.
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