O Natal ainda nem chegou, mas um momento simples dentro de casa foi suficiente para emocionar, arrancar risadas e surpreender Virgínia de um jeito que ela não esperava. Em meio à rotina agitada, compromissos e uma casa sempre cheia, bastou sentar com os filhos para escrever as tradicionais cartinhas para o Papai Noel para que tudo virasse assunto nas redes. O motivo? Os pedidos das Marias e de Miguel, que misturaram imaginação, espontaneidade e uma dose enorme de fofura.

A cena começou de forma despretensiosa. Virgínia chegou em casa enquanto um churrasco acontecia, gente conversando, crianças correndo e aquela bagunça boa que só família grande sabe fazer. Ela comentou, rindo, que a casa já estava ficando pequena para tanta gente e que, do jeito que as coisas iam, o próximo Natal teria que ser comemorado em um salão de festas. Era o típico momento de descontração, sem roteiro, sem produção, só vida real.

Foi nesse clima que surgiu a ideia das cartinhas. As crianças estavam animadas, afinal, na cabeça delas, o Natal já tinha chegado. Para Miguel, era difícil acreditar que o ano tinha passado tão rápido. Para as Marias, era o momento mais importante: contar tudo ao Papai Noel. Virgínia entrou na brincadeira, sentou com eles e começou a conduzir a escrita, tentando organizar aquela enxurrada de ideias infantis.

A primeira foi Maria Alice. Com a confiança de quem sabe exatamente o que quer, ela não demorou a responder. Perguntada se tinha se comportado bem, garantiu que sim. Obedeceu papai e mamãe? Obedeceu. E o presente? Fantasia. Sem pensar duas vezes. Não uma, mas duas opções. Fantasia de ninja e fantasia de dinossauro. Para ela, estava resolvido. Era fantasia ou fantasia. Virgínia riu, percebendo que naquele Natal o tema seria bem claro.

Em seguida, foi a vez da Maria Flor, que mostrou que a imaginação dela não conhece limites. No começo, ela se confundiu, falou de gato, depois de biscoito, depois algo que ninguém entendeu direito. Virgínia tentou ajudar, perguntou se ela queria sapato, boneca, alguma coisa diferente. Maria Flor pensava, mudava de ideia, voltava atrás. Até que finalmente decidiu. Fantasia de menino gato e fantasia de unicórnio. Uma combinação improvável, mas que fazia todo sentido dentro da cabeça dela.

Virgínia tentou confirmar, perguntando se ela realmente não queria boneca. Maria Flor respondeu que não. Fantasia era a prioridade. Ali, a mãe já percebia o padrão: naquele ano, nada de brinquedos tradicionais. O Natal seria tomado por capas, máscaras, rabos imaginários e muita criatividade.

Então chegou a vez de Miguel. Se as Marias estavam focadas em fantasia, ele tinha outro universo em mente. Quando perguntado o que queria de presente, respondeu sem hesitar: dinossauro. Virgínia lembrou que ele já tinha vários, mas isso não parecia um problema. Sempre existe um dinossauro novo que ainda não foi descoberto, pelo menos na lógica infantil. Depois veio tubarão. Depois cavalo. No fim, ficou decidido que o Papai Noel poderia escolher entre essas opções.

Enquanto escreviam as cartinhas, Virgínia observava cada gesto, cada resposta espontânea. Não era só sobre presentes. Era sobre aquele momento em família, simples, sem filtros, em que as crianças mostram exatamente quem são. A casa cheia, o barulho, as risadas, tudo parecia parar por alguns minutos para dar espaço àquele ritual.

Quando todas as cartinhas ficaram prontas, veio a parte mais importante: entregar ao Papai Noel. As crianças levaram tudo muito a sério. Colocaram as cartas no local combinado, ajeitaram com cuidado, fizeram questão de garantir que estavam bem encaixadas. Para elas, aquele gesto significava muito. Era a certeza de que alguém especial iria ler tudo com atenção.

Virgínia, observando de longe, não conseguiu esconder a emoção. Em vários momentos, comentou o quanto aquilo era bonito, o quanto aquele instante valia mais do que qualquer presente caro. Era ali que morava a magia do Natal. Não nos objetos, mas na expectativa, na fantasia e no amor envolvido.

E como criança nunca pede pouco, Maria Flor ainda tentou dar um jeitinho de garantir algo extra. Pediu mais uma coisa, deixou claro que queria comer tudo, aproveitando cada detalhe. Virgínia riu, brincou com ela e entrou no jogo, como quem sabe que esses pedidos fazem parte da fase mais doce da vida.

O vídeo desse momento começou a circular rapidamente. Pessoas se identificaram, comentaram, compartilharam. Muitos disseram que sentiram saudade da própria infância. Outros se emocionaram ao ver uma família reunida, vivendo algo tão simples e verdadeiro. Teve quem destacasse a forma como Virgínia conduz tudo com leveza, sem pressão, deixando os filhos serem exatamente quem são.

O que mais chamou atenção foi o contraste entre a vida pública intensa e aquele momento íntimo. Sem grandes produções, sem discursos, apenas uma mãe sentada no chão, ouvindo os filhos falarem de Papai Noel, fantasias e sonhos. Em tempos de tanta correria, aquele vídeo virou um respiro.

Virgínia mesma confessou que não aguentou tanta fofura. E não foi exagero. As falas desconexas, as decisões rápidas, a empolgação das crianças transformaram algo comum em um episódio especial. Um Natal que ainda nem chegou, mas que já deixou marca.

No fim, ficou claro que, para as Marias e para Miguel, o que importa não é o tamanho do presente, mas a possibilidade de brincar, imaginar e viver personagens. E para Virgínia, aquele momento foi um lembrete poderoso do que realmente vale a pena guardar: memórias simples, risadas soltas e o privilégio de acompanhar cada fase dos filhos de perto.

Enquanto o Natal não chega, o que fica é a certeza de que, independentemente do que o Papai Noel vai trazer, aquele dia já entregou algo muito maior. Um retrato sincero de família, infância e amor que conquistou quem assistiu e provou que, às vezes, o melhor presente é simplesmente estar junto.