Cláudia tinha apenas 11 anos, mas os olhos grandes e castanhos já carregavam uma dor antiga. Vivia numa casa simples, em um bairro aparentemente tranquilo, onde os vizinhos acenavam de forma rápida, sem realmente saber o que se passava por trás das janelas sempre fechadas.
Por fora, era tudo normal: um jardim com algumas flores, cheiro de comida nos fins de semana, a TV ligada em volume baixo. Mas dentro daquela casa, a tensão era constante — invisível, porém densa.
Cláudia era tímida, doce, e vivia em silêncio. Andava nas pontas dos pés, segurava o fôlego quando o pai chegava em casa e tinha medo até do som da própria respiração. Aprendeu desde cedo a interpretar os sinais de uma tempestade prestes a explodir.
Seu pai, Roberto, era um homem marcado por frustrações. Sonhou em ser músico, mas a vida não o perdoou. Virou pedreiro, afundou-se em dívidas e, pior, em mágoas. A bebida era sua fuga — e a raiva, seu idioma. Cada gole o afastava mais do pai que um dia quis ser.

A mãe, Mariana, era o contraponto: costureira, doce, mas com um olhar eternamente cansado. Tentava costurar a paz dentro de casa como costurava tecidos para os outros. Sofria calada, acreditando que o silêncio era a única forma de sobreviver.
Na escola, Cláudia era disciplinada, mas invisível. A professora Lia notava sua tristeza e tentou ajudar, mas a vergonha de Mariana e o medo de Roberto impediram qualquer ação concreta. Lia sabia que algo estava errado — e estava mesmo.
Nos fins de semana, quando o pai estava em casa, Cláudia se refugiava nos desenhos. Criava mundos, castelos, florestas e, principalmente, uma pequena casinha no alto de uma colina, cercada por árvores e flores. Um lugar seguro onde ela podia existir sem medo.
Até que, numa tarde nublada, tudo mudou.
Roberto chegou embriagado, viu a mochila da filha largada na cadeira e surtou. Um pequeno gesto — uma mochila fora do lugar — foi o estopim. Gritou, empurrou Cláudia contra a parede. Ela caiu, ferida. Mariana ouviu, correu, viu o que não aguentava mais ver. E, finalmente, tomou coragem: ligou para a polícia.
Quando os policiais chegaram, Cláudia ainda chorava em silêncio. Roberto foi preso. Mariana contou tudo: os anos de medo, os gritos, o peso do silêncio. Foi difícil. Mas foi libertador.
Cláudia foi atendida por médicos e psicólogos. Pela primeira vez, alguém a escutou. O processo contra Roberto foi rápido. Ele foi condenado a seis anos por agressão e violência doméstica. A justiça, por fim, foi feita.

A partir dali, a vida começou a se reconstruir.
Mariana conseguiu apoio social, aumentou a produção na costura e abriu as janelas da casa. Cláudia começou a sorrir — aos poucos. A dor ainda estava lá, mas já não era a única coisa presente. Começou a fazer terapia, criou vínculos, fez amizades.
Roberto, na prisão, escrevia cartas para a filha. Pedia perdão. Refletia sobre os próprios traumas, sobre a infância dura, sobre o que se tornou. Mas era tarde. Nem Cláudia, nem Mariana responderam. As cartas ficaram guardadas numa caixa. Memórias de um tempo que não queriam revisitar.
Quando ele saiu da prisão, estava só. Doente, arrependido, e derrotado. Morreu em um hospital público, segurando a mão de uma enfermeira. Seu último pedido foi ver a filha. Mas Cláudia nunca soube.
Anos depois, Cláudia está prestes a terminar o ensino médio. Quer ser arquiteta. Continua desenhando — e em seus desenhos, a casinha na colina continua lá. Mas agora há flores ao redor. E janelas abertas.
Ela e Mariana vivem em um novo bairro. Pequeno, mas cheio de luz. Ainda há pesadelos às vezes, ainda há noites difíceis. Mas agora Cláudia sabe: pode correr para o quarto da mãe, pode ser ouvida, pode respirar.
A menina que viveu no medo agora sonha com um futuro. E constrói, todos os dias, a sua própria casa na colina. Um lugar sem gritos, sem dor, onde o silêncio não é mais medo — é paz.
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