A influenciadora Virginia Fonseca mais uma vez esteve no centro dos holofotes, não apenas por sua presença na badalada festa de Neymar, mas principalmente pelo vestido ousado que usou na ocasião — o suficiente para desencadear uma verdadeira avalanche de opiniões nas redes sociais e, claro, nas rodas de debate televisivas.

Aparentemente, o look da influenciadora não agradou a todos, mesmo sendo similar ao de outras famosas que, curiosamente, não enfrentam o mesmo tipo de julgamento. A comparação direta com Bruna Marquezine — que também optou por um vestido revelador — expôs uma ferida antiga da sociedade: o machismo disfarçado de “opinião estética” e a eterna vigilância sobre o corpo feminino.

Durante um debate polêmico exibido na TV, participantes discutiram abertamente a diferença na repercussão dos looks de Bruna e Virginia. Uma das falas que mais chamou atenção foi: “O que na Bruna parece chique, na Virginia é chamado de vulgar”. A justificativa? O corpo da influenciadora.

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A discussão foi além do vestido. Tocou em pontos delicados, como a gordofobia, a obsessão com a magreza e até o uso de medicamentos para emagrecer, como o Monjauro (ou “Mondearo”, citado com erro). A atriz Paolla Oliveira também foi alvo de comentários quanto ao seu corpo, com alguns dizendo que ela está “acima do peso”, enquanto outros defendiam que ela representa a mulher real, com curvas e força.

Essas falas escancararam o abismo entre a expectativa social e a realidade das mulheres. Quando Virginia — uma mulher com curvas, segura de si, bem-sucedida e poderosa — decide usar um vestido ousado, imediatamente vira alvo. A crítica, muitas vezes velada, vem carregada de preconceitos: se não for magérrima, se tiver quadril, se for “bonita demais”, será julgada.

Outra fala reveladora no programa foi: “Mulher bonita incomoda. E a Virginia incomoda porque é bonita, poderosa e está sempre em evidência”. Há ainda quem afirme que o incômodo de outras mulheres com a presença de Virginia se deve exatamente a isso — e não apenas ao vestido.

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No meio da discussão, surgiu o nome de Paolla Oliveira, que, mesmo sendo admirada por muitos, também foi colocada em pauta. Alguns comentaristas disseram que ela estaria “acima do peso”, enquanto outros defendiam que ela é, justamente, a imagem da mulher brasileira real: forte, com curvas e autêntica. Essa defesa levantou outra questão: até que ponto estamos condicionados a ver beleza apenas na magreza extrema?

O debate ainda teve espaço para alertas importantes. Uma das participantes compartilhou o caso do marido, que tomou remédio para emagrecer (mesmo sem sobrepeso) e acabou hospitalizado com insuficiência renal aguda. O episódio serviu como alerta sobre os perigos da obsessão com o corpo perfeito, incentivada justamente por esse tipo de julgamento social.

No fundo, tudo isso revela o quanto as mulheres ainda precisam provar o tempo todo que têm o “direito” de serem quem são — usar o que quiserem, vestir o corpo que têm, sem serem reduzidas a adjetivos como “vulgar”, “gorda” ou “inadequada”.

Enquanto Virginia segue sua carreira de sucesso, acumulando milhões de seguidores e contratos milionários, o julgamento social não parece dar trégua. Mas talvez o incômodo venha exatamente disso: de ver uma mulher que, apesar de tudo, continua vencendo — com curvas, com atitude, com autenticidade.

E talvez o verdadeiro problema não esteja nas roupas, mas sim nos olhos de quem vê. E julga.