Na mansão que parecia saída de um conto de fadas, em Goiânia, o sol brilhava sobre a piscina e as filhas de Virgínia brincavam despreocupadas. Mas o que se passava dentro das paredes dessa casa, segundo a babá das meninas, Fernanda — nome fictício para preservar sua identidade — era tudo, menos tranquilo. Durante quase dois anos cuidando das pequenas Maria Alice, Maria Flor e Maria Clara, ela testemunhou uma realidade bem diferente da exibida nas redes sociais: solidão, descaso e um casamento que havia morrido silenciosamente.

Fernanda relata cada detalhe com emoção. A rotina diária de Virginia era extenuante: acordava cedo, preparava o café das filhas, organizava roupas, penteava cabelos, acompanhava estudos e ainda se dividia entre reuniões e gravações para o Instagram. Enquanto isso, Zé Felipe, segundo a babá, acordava tarde e passava grande parte do tempo ausente, entre churrascos, amigos e estúdios, muitas vezes ignorando compromissos familiares.

Em um episódio marcante, a pequena Maria Alice perguntou por que o pai não tomava café com elas. Fernanda se viu incapaz de responder a verdade e inventou desculpas, mas a realidade era clara: Zé Felipe chegava tarde de festas e descansava, enquanto Virginia se esforçava para manter a normalidade. Essa ausência constante se repetia nos finais de semana. Passeios planejados eram cancelados de última hora por motivos pessoais do cantor, deixando Virginia e as filhas frustradas.

“Era difícil ver uma mãe se desdobrando em mil para dar conta de tudo, enquanto o marido parecia viver como se fosse solteiro”, relembra Fernanda. A babá descreve Virginia tentando de todas as formas resgatar o relacionamento: terapia de casal, conversas abertas e pedidos de apoio à família do marido. Nada parecia funcionar. “Ela lutou como uma guerreira, mas não dá para lutar sozinha em um ringue onde o outro nem sobe”, desabafa.

O impacto da ausência não era apenas físico, mas emocional. Quando Zé Felipe estava em casa, estava distante, absorvido por celulares e redes sociais. As filhas buscavam atenção e o pai permanecia indiferente. Virginia confessou à babá que se sentia mais sozinha com ele em casa do que quando ele saía. Essa solidão emocional, segundo Fernanda, marcou profundamente as crianças e a própria mãe.

Um dos momentos que mais mexeu com Fernanda foi o aniversário da Maria Flor. Virginia planejou cada detalhe durante meses: tema Frozen, vestidos especiais para todas as filhas, buffet escolhido com cuidado, atenção a alergias e presença de familiares. Tudo isso para criar memórias felizes. Mas mesmo nesses momentos, Zé Felipe se mostrava ausente, desinteressado ou envolvido em compromissos de última hora.

Fernanda relata que chegou ao ponto de não aguentar mais carregar sozinha o peso de presenciar tudo. Com lágrimas na voz, decidiu contar a verdade ao público, não para prejudicar ninguém, mas para mostrar a realidade por trás da imagem perfeita que todos admiravam. “O que vocês veem nas redes sociais é só dez por cento da realidade. Os outros noventa por cento? Solidão, descaso, abandono emocional e um casamento que já tinha morrido”, afirma.

A babá revela que Virginia, mesmo enfrentando todo esse desgaste, continuava tentando manter a rotina das filhas e criar memórias afetivas, escondendo sua própria tristeza. Ela planejava festas, passeios e momentos de conexão, mas enfrentava uma ausência constante do marido. A dor de Virginia, segundo Fernanda, era silenciosa, contida atrás de sorrisos e aparências perfeitas, que escondiam lágrimas em momentos privados.

A decisão de Fernanda de revelar a história trouxe à tona uma reflexão sobre a vida por trás das redes sociais: famílias aparentemente perfeitas podem estar enfrentando crises profundas, mães podem carregar sozinhas a responsabilidade emocional e filhos podem crescer em ambientes onde o amor está presente apenas de forma parcial. É um convite para enxergar além das aparências e valorizar a presença e atenção na vida familiar.

Essa narrativa, carregada de emoção, revela a face oculta da fama e do sucesso: a realidade de uma mãe tentando manter um casamento e proteger suas filhas, enquanto enfrenta a ausência de um parceiro emocional e físico. Virgínia lutou, persistiu e se manteve presente, mesmo quando seu casamento se deteriorava. E Fernanda, ao compartilhar o que presenciou, entregou ao público uma verdade difícil, mas necessária, sobre os bastidores de uma família que parecia perfeita.

Ao expor esses bastidores, Fernanda não apenas conta sua experiência, mas também provoca reflexão sobre prioridades, presença e responsabilidade emocional dentro de uma família. Sua coragem em falar abre espaço para discutir o impacto da ausência de pais na vida dos filhos e o preço de manter aparências para o público.

No fim, a história da babá das filhas de Virgínia é mais do que um relato de separação; é um testemunho da luta silenciosa de mães que se desdobram para criar filhos em meio a relacionamentos desiguais, e do papel que todos nós podemos ter ao valorizar a presença e o cuidado emocional dentro do lar.