Ele pode ser amado por muitos e criticado por outros tantos, mas uma coisa é inegável: Carlinhos Maia entende de internet como poucos. Com mais de uma década de experiência e milhões de seguidores fiéis, o influenciador decidiu abrir o jogo e compartilhar, sem filtros, o que realmente faz alguém transformar seguidores em dinheiro de verdade. Em um desabafo espontâneo, ele revelou verdades duras, expôs erros comuns de quem está começando e deixou claro por que chegou onde chegou.

O ponto central de sua fala? Não basta ter seguidores. É preciso ter conexão real com o público, saber valorizar sua própria imagem e entender que vender não é sobre números — é sobre confiança, entrega e autenticidade.

O erro de muitos: “Trocar credibilidade por um prato de comida”

Carlinhos foi direto ao ponto ao criticar a pressa e o desespero de quem entra no mundo digital querendo apenas ganhar coisas. Segundo ele, essa mentalidade pequena, de “querer as coisas de graça”, é um dos maiores obstáculos para crescer na internet.

“Quando eu comecei, todo mundo queria me mandar comida, roupa, brinde. Mas eu dizia: obrigado, vou lá e pago. Porque minha imagem não vale um prato de comida, por mais gostoso que seja”, desabafou.

Para ele, aceitar qualquer permuta em troca de visibilidade pode até parecer vantajoso no início, mas destrói, aos poucos, a credibilidade de quem ainda está construindo sua presença. “Você precisa entregar conteúdo, valor, algo que as pessoas queiram acompanhar de verdade. Aí sim, elas vão comprar de você, mesmo que nem queiram o produto. Vão comprar porque confiam em você”, afirmou.

Fama sem conexão não gera vendas

Carlinhos contou que conhece influenciadores com milhões de seguidores que não conseguem vender nem 10 camisetas, enquanto outros com apenas 10 mil seguidores conseguem faturar alto. A diferença? Conexão real com o público.

Ele explica que o público percebe quando um influenciador está ali apenas pelo dinheiro, aceitando qualquer marca, qualquer produto. “Essas pessoas não se vendem por qualquer coisa. E quando elas indicam algo, o público confia.”

Dica direta para lojistas: invistam em profissionais de marketing preparados

Em meio ao relato, Carlinhos também aproveitou para dar uma bronca — com carinho — nos lojistas. Ele relembrou um episódio recente em que visitou uma loja e percebeu que faltava preparo na abordagem com influenciadores. A loja, segundo ele, é incrível, tem qualidade, mas não soube lidar bem com a situação.

“Muitas vezes, uma loja perde uma oportunidade gigantesca de divulgação porque não tem alguém treinado no marketing. Às vezes, um funcionário grita, entrega umas peças de qualquer jeito e pronto: perdeu uma chance de ouro. Coloca alguém preparado, que saiba conversar, abordar com respeito e profissionalismo”, aconselhou.

Segundo ele, é preciso entender que a relação com quem cria conteúdo é uma via de mão dupla. “Não grita, não empobrece o negócio. Vai com calma, pergunta, oferece, e se a pessoa não quiser, tudo bem. Segue o baile. Mas se for mal abordado, o influenciador não volta nunca mais — e ainda espalha”, alertou.

O valor está na imagem, não no @

Um dos pontos mais fortes do discurso de Carlinhos Maia foi quando ele explicou que o valor de um influenciador vai muito além do simples “arroba”. Ele relembrou momentos em que recusou iPhones, roupas e até viagens, simplesmente porque não queria ser conhecido como alguém que aceitava tudo.

“O meu valor está na minha imagem, não no meu arroba. As pessoas me seguem porque eu entrego entretenimento, alegria, porque se identificam comigo. Não porque eu ganho coisas. Eu sabia que um dia eu ia ganhar muito mais, mas por merecimento, não por caridade”, declarou.

Universal Studios e o “mico” da foto com a camiseta do Mickey

Em tom bem-humorado, Carlinhos relembrou uma história emblemática: quando foi convidado pela Universal Studios para um passeio com sua equipe. Durante o passeio, todos estavam usando camisetas do Mickey — e ele postou a foto no feed. O post bombou: mais de 1 milhão de curtidas. Mas, surpreendentemente, a Universal pediu para que ele apagasse a imagem.

“Eu não apaguei. Aquele post tinha sido orgânico, sincero, divertido. E mesmo sem intenção de vender nada, gerou engajamento absurdo. Hoje, a Universal me ganhou como cliente VIP. Pago tudo, volto todo ano, levo todo mundo. Porque ali, eu estava sendo verdadeiro com meu público”, contou.

“Pode me chamar do que for, mas onde eu encosto, vende”

Apesar de ser uma figura polêmica, Carlinhos afirmou com todas as letras: ele sabe vender. “Tem gente que me odeia, mas me respeita. Porque até hoje, toda marca que trabalhou comigo, estourou de vender. A coleção mais vendida da história da Chilli Beans foi a minha. O perfume mais vendido da Jequiti? Foi o meu”, declarou com orgulho.

Esse sucesso, segundo ele, não vem de estratégias de marketing mirabolantes, mas de algo muito mais simples: verdade. “As pessoas me acompanham há anos. Eu nunca chamei de fãs. São meus seguidores, meus parceiros, minha comunidade. Eles me toleram do jeito que eu sou. E me fazem ser quem eu sou”, afirmou emocionado.

A lição para quem quer viver da internet

A fala de Carlinhos Maia é, no fundo, um grande alerta para quem quer crescer nas redes sociais. Ele não romantiza o caminho, não promete resultados fáceis e deixa claro que a jornada é cheia de erros, aprendizados e, acima de tudo, respeito por quem te acompanha.

“Você pode até ser engraçado, bonito, talentoso… Mas se as pessoas não confiarem em você, não adianta nada. Não troque sua verdade por brindes. Trabalhe para criar algo sólido, que dure, que inspire. O resto vem.”

E, como ele mesmo diz: “Pode me chamar de arrogante, de amostrado, mas eu sei o que eu tô fazendo. E se quiser aprender, tô aqui. Senão, morra lascado aí com quatro peças.”