A internet parou neste fim de semana após uma fala de Carlinhos Maia viralizar e dividir opiniões por todo o Brasil. O influenciador, conhecido por transformar sua vida por meio das redes sociais, afirmou em um vídeo que, para quem quer mudar de vida, é melhor comprar um bom celular antes de reformar a casa. A frase, dita de forma enfática, acendeu uma discussão intensa nas redes e virou pauta quente entre fãs, críticos e especialistas.

“Você fez certo”, disse ele ao comentar a decisão de quem opta por comprar um smartphone top de linha mesmo morando em uma casa simples. Para Carlinhos, o celular de qualidade é a porta de entrada para oportunidades que podem transformar vidas — como aconteceu com ele próprio.

O vídeo mostra o influenciador relembrando o início da sua jornada: sem condições financeiras, morando numa casa modesta, mas com uma convicção clara de que a internet era o caminho. “Fiz das tripas coração e comprei meu telefone. Peguei dinheiro emprestado e nem pensei em arrumar minha casa. A melhor decisão da minha vida”, disse ele, sem rodeios.

A fala viralizou. De um lado, muita gente aplaudiu Carlinhos, dizendo que ele tem autoridade para falar do assunto porque viveu exatamente essa realidade. Do outro, críticos apontaram irresponsabilidade no discurso, dizendo que não se deve romantizar a ideia de deixar de cuidar do básico — como a estrutura do próprio lar — para investir em bens de consumo.

A mensagem por trás da polêmica

Apesar do tom polêmico, Carlinhos fez questão de esclarecer que não está dizendo que esse caminho é para todo mundo. Seu conselho foi direcionado para quem sonha em trabalhar com internet, marketing digital ou produção de conteúdo. Para ele, nesses casos, o celular não é luxo, é ferramenta de trabalho. “Não dá pra querer fazer conteúdo com um aparelho que trava, que não tem boa resolução”, defendeu.

Ele comparou o celular com a televisão: se a imagem é ruim, ninguém assiste. E nas redes sociais, segundo ele, é a mesma lógica. Um vídeo mal filmado, com imagem escura ou som ruim, dificilmente prende a atenção de quem está rolando o feed.

Carlinhos foi direto: “Se você quer entrar nesse mercado, vai ter que amar trabalhar. E se for pra apostar, aposte com tudo. Compre seu celular, vá pra internet e faça sua história”.

Uma vida de apostas ousadas

A trajetória de Carlinhos Maia é, de fato, marcada por escolhas corajosas. Filho de família humilde do interior de Alagoas, ele construiu do zero um império digital. Começou gravando vídeos simples, mostrando a rotina na vila onde morava, e aos poucos conquistou uma legião de fãs com seu jeito autêntico, carismático e, muitas vezes, polêmico.

Hoje, com milhões de seguidores, contratos milionários, apresentações esgotadas e uma mansão de luxo, ele é um exemplo claro de como a internet pode ser um caminho real para a ascensão social — mas também de como é preciso sacrifício e visão para aproveitar essa chance.

“Eu fui chamado de doido. Me vaiavam. Diziam que era besteira gastar com celular. Mas se eu tivesse escutado essas pessoas, talvez estivesse até hoje na vila”, contou. E completou: “Quem tem coragem de apostar tudo num sonho? Eu tive. E faria tudo de novo”.

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Reações divididas: inspiração ou ilusão?

Enquanto muitos internautas viram na fala de Carlinhos um incentivo válido — especialmente para jovens que querem empreender ou virar influenciadores —, outros consideraram o discurso perigoso. “É muito fácil falar isso agora, com milhões na conta”, escreveu uma usuária. “E quem compra um iPhone e nunca consegue decolar na internet? Fica com dívida e a casa caindo aos pedaços”, comentou outro.

A crítica principal é que o discurso pode passar uma mensagem ilusória, de que basta um celular caro para mudar de vida. No entanto, Carlinhos também reforçou que a ferramenta por si só não faz milagre. O diferencial está em trabalhar duro, produzir conteúdo constantemente, estudar o público e, acima de tudo, acreditar no próprio potencial.

A pergunta que não quer calar

Ao final do vídeo, uma pergunta paira no ar: “Será que você teria coragem de apostar tudo em um sonho, mesmo deixando de lado o básico?” A resposta não é simples, e talvez nem exista uma única verdade.

O que é certo é que a declaração de Carlinhos Maia tocou em uma ferida social real: o desejo urgente de milhões de brasileiros de mudar de vida, encontrar novas formas de renda e fazer parte de um mundo digital que parece estar cada vez mais distante para quem vive na margem.

No fim das contas, o que Carlinhos trouxe não é apenas uma opinião sobre qual compra fazer primeiro. É um espelho da desigualdade, das escolhas difíceis que pessoas comuns enfrentam diariamente e da esperança de que, com a decisão certa — ainda que arriscada —, é possível reescrever o próprio destino.

E você, o que faria no lugar dele? Arrumaria a casa ou compraria o celular? O debate está lançado.