O Rancho voltou com tudo e dessa vez não foi só pelas risadas ou pelas tretas. Em uma conversa sincera e intensa, Roninho abriu o jogo como nunca antes. Sem rodeios, sem censura e com uma dose generosa de honestidade, ele falou tudo o que muitos pensavam, mas ninguém teve coragem de dizer na cara. E o que se viu foi um verdadeiro raio-X do projeto, seus bastidores e os desafios de comandar um fenômeno que movimenta milhões e lança novas estrelas a cada edição.

“A melhor temporada de todas” — com ressalvas

Logo de cara, a conversa já deixou claro que, para muitos, essa foi a melhor temporada até agora. Mas não por ser a mais engraçada, ou a mais romântica. O que fez a diferença foi a dinâmica: novos protagonistas, novas histórias, mais diversidade. Nomes como Marcelinho Johnson e Natan Queiroz foram exaltados por tirarem o foco do sempre carismático Wesley. E isso agradou. “Foi massa porque não ficou só tudo com Wesley”, disseram. A fórmula funcionou: menos repetição, mais frescor.

Casa da Árvore: um projeto que oscilou

Nem tudo, no entanto, foi aplauso. A Casa da Árvore, uma das estruturas mais icônicas do Rancho, dividiu opiniões. Muitos disseram que ela “deixou a desejar”. Momentos bons até existiram, como a treta do Juca e a famigerada “latada”, mas no geral, faltou consistência. Roninho foi honesto: “Concordo que não foi a melhor, mas aconteceu coisa importante lá também”. A verdade? Ela foi ofuscada por outros quadros mais marcantes e pelos novos rostos que ganharam espaço.

O vício do protagonista: apego ou comodismo?

Uma das partes mais fortes do desabafo foi quando Roninho escancarou o problema de manter gente que não entrega mais nada. “Tem muita gente que tá só pra beber, comer e dormir”, disparou, sem medo. Segundo ele, há talentos verdadeiros do lado de fora, enquanto alguns lá dentro se acomodam por já terem sido destaque um dia.

E aí entra o dilema do apego. Roninho reconhece que tem dificuldade em soltar a mão de quem já fez história no projeto. “Eu me apego porque são amigos, mas às vezes cai no comodismo, né?”, confessou. Mas garantiu: “Vai sair mais gente. Já tiramos 20, vamos tirar mais 20 na próxima”.

“Não é ONG, é oportunidade”

A sinceridade de Roninho foi além. Ele deixou claro que o Rancho é um espaço de oportunidade, não uma instituição de caridade. E criticou quem quer viver no conforto sem agregar nada. “Tem gente que tá tomando a vaga de pessoas talentosas que estão lá fora”, disse, em uma fala que foi aplaudida pelos presentes.

Estratégias de marketing e gravações externas: um mal necessário?

Outro ponto controverso foi o uso de celulares por participantes para fazer lives e gravar conteúdos próprios. Algo que incomodou parte do público, mas Roninho explicou que era estratégia. “Permiti para furar outras bolhas. Queria que o público deles viesse assistir também”. Porém, ele garantiu: “Na próxima não vai ter mais isso de jeito nenhum”.

Os nomes que brilharam — e os que sumiram

A temporada teve seus destaques indiscutíveis. Marcelinho Johnson, Nathan Queiroz, Vini Sorriso e Belle roubaram a cena. A rádio, o quadro de Rick e Paulini, e a novela das “feias” também foram apontados como grandes acertos. Já outras figuras como Dona Concinha e Verinha apareceram pouco, deixando os fãs com gosto de “quero mais”.

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Roninho também fez questão de ressaltar que, muitas vezes, ele enxerga mais potencial do que o público consegue perceber. “Tem coisas que eu enxergo além… que ainda vão render muito lá na frente”. Ou seja: ele ainda aposta em alguns nomes, mesmo quando as redes sociais clamam pelo contrário.

Polêmicas, espiritualidade e senso de humor

Um dos assuntos mais delicados foi a crítica que o quadro de Rick e Paulini recebeu por supostamente “brincar com religião”. Roninho foi direto: “Humor sempre fez sátira com tudo. Foi leve, teve uma pastora junto, não foi desrespeito nenhum”. Para ele, o problema está em quem não sabe mais rir de si mesmo. “Se for assim, nada mais pode”.

“Não dá pra filmar todo mundo” — os bastidores da câmera única

Em vários momentos da conversa, surgiu a crítica de que alguns participantes são pouco filmados. E Roninho foi claro: com apenas uma câmera, é impossível dividir a atenção de forma igual. “Tem que vir com protagonismo de dentro também, não é só esperar que eu filme”.

Roninho, o pai de todos?

Em tom mais leve e até emocionado, os amigos brincaram com a tendência de Roninho querer “adotar” todos os participantes. Mas ele mesmo reconheceu: “Já faço um projeto inclusivo, dou oportunidade a todo mundo, não preciso levar pra casa também”.

E o romance que não rolou?

A tão esperada cena que “faltou” na temporada foi o beijo entre Valesca e Marcelinho. “Ia parar a internet”, garantiram. Mas quem sabe ainda não rola na próxima?

Final com coração

Mais do que um reality, o Rancho se revela um grande experimento social, com doses de humor, emoção, tensão e humanidade. Ao fim da conversa, ficou claro que Roninho carrega esse projeto com muita paixão. Entre acertos e erros, ele é movido pelo desejo de fazer história.