JAPINHA DO CV É MORTA COM TIRO DE FUZIL EM MEGAOPERAÇÃO NO RIO

INTRODUÇÃO
Durante uma das maiores operações de segurança já realizadas no estado do Rio de Janeiro, a jovem conhecida como Japinha do CV — também identificada como Penélope e apelidada de “musa do crime” — perdeu a vida em confronto após ser atingida por um tiro de fuzil. A ação, que mobilizou milhares de agentes, tinha como alvo a facção Comando Vermelho (CV) e suas bases nos complexos da zona norte da cidade. A seguir, um panorama completo da operação, do perfil da jovem envolvida, dos desdobramentos e dos impactos sociais.

A MEGAOPERAÇÃO NO RIO
Na manhã do dia 28 de outubro de 2025, o estado do Rio de Janeiro deflagrou a operação conhecida como Operação Contenção, com mais de 2.500 agentes de diversas corporações mobilizados, entre policiais militares, civis, unidades especiais e apoio logístico pesado. A ação focou 26 comunidades nos complexos do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha, visando desarticular as estruturas do Comando Vermelho.
A ação teve confrontos intensos: barricadas foram erguidas, tiros foram disparados em massa, drones e bombas foram relatados em algumas localidades. O relatório preliminar indica dezenas de mortos — fontes oficiais divulgam 121 mortes, enquanto representantes de direitos humanos falam em mais de 130. A apreensão de fuzis, drogas e veículos blindados também marcou a operação.

PERFIL DE JAPINHA DO CV
Penélope, ou “Japinha do CV”, era jovem — estimativa de idade entre 18 e 21 anos — e já figurava entre os agentes de combate da facção. Vestia roupas camufladas, usava colete tático e empunhava fuzil em diversas fotografias que circulavam nas redes sociais.
Segundo especialistas em segurança, ela atuava como “soldada” de linha de frente da facção, era de extrema confiança dos líderes locais, especialmente no controle de rotas de fuga e na proteção de pontos de venda de drogas.
Mensagens trocadas pouco antes da operação mostram que ela estava em meio ao tiroteio, relatando que “a bala tá comendo” e que helicópteros sobrevoavam a comunidade.

O CONFRONTO FATAL
Durante a Operação Contenção, Japinha foi atingida por um disparo de fuzil no rosto enquanto reagia à presença policial. O corpo dela foi localizado próximo a uma das entradas principais da comunidade, após horas de intenso tiroteio.
Testemunhas e imagens nas redes mostram que ela resistiu à abordagem policial, abriu fogo e portava armamento pesado. O uso de fuzil e o combate travado caracterizam o nível de militarização da ação e da atuação do crime organizado.

SIGNIFICADO E CONTEXTO
A morte de Japinha evidencia a crescente participação feminina em funções de combate dentro das facções e o elevado grau de profissionalização dessas organizações. São jovens que operam como milicianos urbanos, com coletes, estratégias, agilidade e presença em linha de frente.
Além disso, a operação mostra a escala em que o Estado está atuando: não mais apenas patrulhas e incursões, mas uma ofensiva de alto impacto, com blindados, drones, centenas de mandados de prisão e confronto aberto.
Ainda assim, o fato de uma jovem como Japinha ascender na facção e atuar em combate direto também revela a fragilidade da presença estatal nas comunidades, a falta de oportunidades e o processo de integração desses indivíduos no crime.

REAÇÕES E CONTROVÉRSIAS
O governo estadual classificou a operação como um marco no combate ao crime organizado e afirmou que todas as mortes foram de criminosos. Já organizações de direitos humanos pedem investigação, apontando para o elevado número de óbitos e o risco de vítimas civis.
A divulgação de imagens do corpo de Japinha e de outros mortos gerou forte repercussão. Familiares reclamam da exposição de cenas violentas e da falta de informação sobre sepultamentos e procedimentos legais.

IMPACTO NAS COMUNIDADES
Nas comunidades envolvidas — Alemão e Penha — o dia da operação foi marcado por pânico, escolas fechadas, ônibus desviados e moradores presos em meio aos tiroteios. A sensação de guerra urbana tomou conta.
O impacto psicológico é profundo: crianças, adolescentes e adultos que viram blindados, helicópteros e barricadas podem ter traumas duradouros. O controle territorial das facções se fragmenta temporariamente, mas a reconstrução pós-operação exige presença efetiva e continuidade.

DESAFIOS PARA O FUTURO
Operações como a de 28 de outubro são de alto risco e custo. Embora atinjam fortemente as estruturas criminosas, não substituem políticas de longo prazo. É necessário ocupar o território de modo permanente, investir em educação, saúde, emprego e prevenção.
Além disso, o sistema de inteligência, as fronteiras das drogas e armas e as rotas de abastecimento precisam ser desmontados. Sem isso, líderes e soldados como Japinha podem ser rapidamente substituídos.
Finalmente, a transparência, a investigação das mortes e o respeito aos direitos humanos são essenciais para que a resposta do Estado não gere mais violência ou violações no lugar do crime que se pretende neutralizar.

CONCLUSÃO
A morte de Japinha do CV nesse contexto é simbólica: representa tanto a ascensão de perfis inusitados dentro do crime organizado — mulheres bem preparadas, atuando em linha de frente — quanto o desafio que o Estado enfrenta para retomar territórios e quebrar redes bem estabelecidas.
A megaoperação expõe com clareza que o enfrentamento ao crime organizado não é mais apenas uma questão policial convencional, mas um conflito de caráter quase militarizado, com grandes consequências para a cidade, para as comunidades e para a sociedade.
A ver é se a ação policial será seguida por medidas estruturais que realmente mudem o cenário ou se servirá apenas como mais um episódio de conflito intenso em favelas do Rio de Janeiro.