“Um corpo perdido no gelo, um silêncio que esconde segredos e uma família que se recusa a desistir. O desaparecimento de Duncan McPherson não é apenas uma tragédia – é um mistério que desafia a lógica e expõe como uma cidade inteira pode se unir para proteger a própria reputação.”
Em uma manhã fria de agosto de 1989, Duncan McPherson, um jovem canadense de apenas 23 anos, parecia ter o mundo aos seus pés. Ex-jogador promissor de hóquei, ele viajava pela Europa antes de assumir um novo emprego como instrutor de hóquei na Escócia. Depois de visitar amigos na Alemanha, decidiu passar alguns dias explorando a Áustria e se aventurar em algo novo: o snowboarding, esporte que começava a ganhar popularidade na época. Duncan era atlético, destemido e acostumado aos desafios do gelo, mas aquele passeio improvisado acabaria mudando o destino de sua vida – e de sua família – para sempre.
No dia 9 de agosto, Duncan fez sua primeira aula de snowboard na geleira Stubai, uma pista conhecida tanto pela beleza quanto pelos perigos escondidos. O clima estava encoberto, a montanha envolta em uma neblina espessa que limitava a visibilidade. Apesar de ser iniciante, Duncan mostrou coragem, arriscando manobras ousadas. Após a aula matinal, almoçou com o instrutor e comentou que voltaria à pista para treinar sozinho. Seria a última vez que alguém o veria com vida.
Quando a última gôndola desceu, ao final da tarde, Duncan não estava a bordo. O equipamento que ele havia alugado também não foi devolvido, mas essa informação crucial só viria à tona muito mais tarde. Para a administração da estação, nada parecia urgente: turistas jovens frequentemente estendiam suas viagens sem avisar. Porém, para sua mãe, Linda, a ausência repentina foi como um grito silencioso. No dia 12 de agosto, quando Duncan deveria iniciar o novo trabalho, ela acordou tomada por um pressentimento terrível. O telefone logo confirmou seus medos: o filho não havia aparecido.
A busca começou de maneira frustrante. A polícia austríaca tratou o caso com desdém, alegando que Duncan era adulto, tinha dinheiro e provavelmente estava apenas aproveitando a viagem. As autoridades canadenses foram igualmente lentas, pedindo que a família ligasse “em horário comercial”. Diante da indiferença, Bob e Linda McPherson decidiram agir sozinhos. Eles viajaram para a Europa, distribuíram panfletos, procuraram em hotéis e conversaram com moradores. Em cada porta que batiam, porém, encontravam respostas frias: “Aqui é seguro, nada acontece de errado”.
Durante as buscas, surgiram contradições perturbadoras. Um amigo relatou que Duncan sempre fora extremamente responsável – ele jamais deixaria de devolver um carro emprestado ou perder um voo. A polícia disse ter checado todos os hotéis da região, mas os pais encontraram, por conta própria, um registro da hospedagem de Duncan em um albergue. Um manobrista afirmou ter visto o carro do jovem semanas depois de seu desaparecimento, mas datas e relatos se chocavam. O veículo, afinal, estava abandonado havia mais de 40 dias, com passaporte e pertences pessoais intactos. Como ninguém havia notificado as autoridades?
As pistas levavam sempre de volta à geleira Stubai. O instrutor confirmou que Duncan havia alugado uma prancha e que suas roupas estavam penduradas no escritório da escola de esqui – jamais retiradas. Isso indicava que ele nunca desceu a montanha. No entanto, durante anos, a polícia insistiu que não havia sinais de acidente. A cidade vivia do turismo, e a possibilidade de um desaparecimento trágico poderia manchar sua reputação.
Bob e Linda não desistiram. Eles passaram mais de 300 dias em viagens à Áustria, caminhando pela geleira, implorando por informações e gastando todas as economias da família. Durante 14 longos anos, viveram entre a esperança e o desespero, sem saber se o filho estava vivo ou morto. Até que, em julho de 2003, uma onda de calor mudou tudo. O derretimento da geleira revelou um corpo preso em uma fenda. Era Duncan.
O corpo, surpreendentemente bem preservado, trazia mais perguntas que respostas. O equipamento de snowboard – que as autoridades garantiam ter sido devolvido – ainda estava com ele. As roupas apresentavam cortes estranhos e os membros mostravam fraturas incomuns, algumas lembrando amputações feitas por máquinas. Especialistas independentes apontaram que as lesões não correspondiam apenas à ação natural do gelo. Um dos principais indícios era que todos os membros amputados foram encontrados juntos ao tronco, quando, em casos de compressão glacial, eles seriam arrastados e separados ao longo do tempo.
Investigadores canadenses e peritos forenses analisaram as fotos e chegaram a uma hipótese perturbadora: Duncan pode ter sofrido um acidente na pista, talvez uma queda grave que o deixou inconsciente, e sido atingido por uma máquina de limpeza de neve – as enormes “snowcats” que patrulham as pistas ao anoitecer. O padrão de fraturas, o dano em apenas um lado do corpo e até as marcas no snowboard eram compatíveis com esse tipo de equipamento. Para evitar escândalo, funcionários teriam movido o corpo para uma fenda distante, encobrindo o acidente. Afinal, para uma cidade dependente do turismo, admitir que uma máquina havia passado por cima de um visitante seria devastador.
Apesar das evidências, as autoridades austríacas se recusaram a reabrir a investigação. Para elas, a explicação oficial permanecia simples: Duncan caiu, ficou preso no gelo e morreu de hipotermia. Mas para Bob e Linda, a verdade era muito mais sombria. Eles acreditam que alguém sabia exatamente o que aconteceu e optou por silenciar.
Hoje, o caso de Duncan McPherson permanece como uma ferida aberta. Mais do que um desaparecimento, ele revela como o medo de má publicidade pode levar uma comunidade inteira a proteger interesses econômicos em detrimento da verdade. A luta incansável de seus pais – que buscaram respostas por mais de uma década – é um testemunho de amor, coragem e da dolorosa certeza de que, muitas vezes, a justiça não se encontra nos tribunais, mas na persistência de quem se recusa a esquecer.
No frio eterno da geleira Stubai, o corpo de Duncan ficou escondido por 14 anos. Mas o verdadeiro gelo, aquele que ainda não derreteu, é o silêncio que cobre os segredos daquela montanha.
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