“Uma noite de Halloween, uma cidade pequena e um segredo médico que abalou toda a comunidade. O que parecia ser apenas um atendimento de rotina se transformou em um dos casos mais chocantes da pacata Kipling.”
Kipling, uma minúscula cidade agrícola na província de Saskatchewan, no Canadá, era conhecida por sua tranquilidade quase bucólica. Com pouco mais de mil habitantes – e mais animais do que pessoas – era o tipo de lugar onde todos se conheciam pelo nome, as portas raramente ficavam trancadas e os crimes graves eram quase inexistentes. O investigador Bill Hanstra, que trabalhava na região, costumava dizer que recebiam, no máximo, meia dúzia de denúncias por ano, geralmente casos menores de invasão domiciliar ou brigas de família. Mas na noite de 31 de outubro de 1992, durante as comemorações de Halloween, essa paz foi quebrada de maneira irreversível.
Naquela noite, Kendis Fonag, conhecida carinhosamente como Kendy, então com 23 anos, vivia uma rotina comum para os padrões locais. Filha de Virgínia e Ed Fonag, ela crescera na propriedade agrícola da família e trabalhava em um posto de gasolina na cidade. Mãe solo, equilibrava as responsabilidades de criar o filho pequeno com o trabalho. Naquele sábado, no entanto, uma discussão com o namorado, Deni, mudou o rumo de tudo. Deni apareceu em seu local de trabalho e o que começou como uma simples conversa rapidamente escalou para uma briga acalorada. Abalada e nervosa, Kendy deixou o posto dirigindo sozinha pelas estradas estreitas de Kipling.
Desesperada, ela procurou conforto no Kipling Memorial Union Hospital, onde sua melhor amiga trabalhava. Ao chegar, descobriu que a amiga não estava de plantão. Em meio à frustração e ao estado emocional instável, as enfermeiras sugeriram que ela fosse atendida pelo médico de plantão, Dr. John Schneeberger, um profissional bastante conhecido e respeitado na comunidade.
Dr. John, formado na África do Sul e radicado em Kipling desde 1987, tinha a imagem perfeita de médico de cidade pequena: casado com Lisa Dilman, pai dedicado e membro ativo da comunidade. Em 1991, conquistara a cidadania canadense e, para muitos, era um exemplo de confiabilidade. Kendy já o conhecia – ele, inclusive, havia realizado o parto de seu filho – e, por isso, não hesitou em aceitar a consulta.
Durante o atendimento, o médico recomendou um sedativo para acalmá-la. Kendy, que esperava apenas uma receita ou um comprimido, foi surpreendida quando ele aplicou uma injeção. Poucos minutos depois, uma sensação estranha percorreu seu corpo. Ela tentou falar, mas sua voz não saía. Sentiu os músculos perderem força, o corpo ficando pesado. Era como se estivesse presa dentro de si mesma.
Kendy descreveu a sensação como semelhante à de uma anestesia odontológica: não havia dor, mas havia consciência da pressão, do toque, de algo acontecendo que ela não podia impedir. Ela tentou gritar, mas sua voz simplesmente não respondia. Em meio ao torpor, percebeu que algo estava muito errado.
Quando finalmente recobrou parcialmente os sentidos, Kendy estava sozinha em um quarto do hospital. O Dr. John havia desaparecido. Confusa, fraca e tomada pelo medo, a jovem teve a presença de espírito de preservar sua roupa íntima como possível evidência, guardando-a em um saco plástico. Mesmo assim, seu corpo ainda sentia os efeitos da droga, e as enfermeiras insistiram para que ela passasse a noite no hospital.
Na manhã seguinte, mais lúcida, Kendy tomou coragem para confrontar o médico. Aproximou-se dele e, com a voz firme, perguntou:
— “Que droga foi aquela que você me deu ontem à noite?”
Dr. John, ao invés de oferecer uma explicação, desviou o olhar. Em vez de responder, perguntou se ela se sentia bem, tentando minimizar a situação. A atitude evasiva aumentou ainda mais as suspeitas de Kendy.
Convencida de que havia sido vítima de um abuso sexual, ela procurou as autoridades imediatamente. A calcinha preservada foi entregue à polícia como prova. Exames confirmaram a presença de sêmen, e Kendy acreditou que a justiça seria feita rapidamente. Afinal, as evidências pareciam irrefutáveis.
Mas o que se seguiu foi um dos episódios mais frustrantes da história criminal de Saskatchewan. O Dr. John, confiando em sua reputação e habilidades médicas, voluntariamente forneceu amostras de sangue e sêmen para exame. Para surpresa de todos, os testes não deram correspondência com o material encontrado na roupa de Kendy.
Como poderia ser? Os investigadores começaram a duvidar do relato da vítima. Sem uma prova direta, o caso esfriou. Kendy, entretanto, jamais desistiu. Ela tinha certeza do que havia acontecido e continuou insistindo para que novas análises fossem feitas.
Anos se passaram. Em 1993, Dr. John consolidou ainda mais sua posição na comunidade, tornando-se um membro respeitado e querido. Em 1994, chegou a receber elogios públicos por seu trabalho no hospital. Para muitos moradores, ele era um herói; para Kendy, um predador escondido atrás do jaleco branco.
Foi somente em 1997, graças à persistência da vítima e ao avanço das técnicas de investigação, que a verdade começou a emergir. Uma nova coleta de DNA, realizada de maneira surpresa, finalmente trouxe a confirmação: o sêmen encontrado na roupa de Kendy pertencia, sim, ao Dr. John Schneeberger.
A revelação chocou a cidade. Como ele havia conseguido enganar os primeiros exames? A resposta foi ainda mais perturbadora: o médico havia implantado um tubo de sangue em seu próprio braço, próximo à veia, preenchido com sangue de outra pessoa. Quando a polícia retirava amostras, era esse sangue “estranho” que era coletado, garantindo que os testes não correspondessem ao DNA verdadeiro.
Com a fraude exposta, Dr. John foi finalmente preso e condenado por agressão sexual, administração de substâncias nocivas e obstrução da justiça. Seu caso se tornou um dos mais emblemáticos da medicina legal, servindo de alerta sobre como até mesmo pessoas em posições de extrema confiança podem usar conhecimento técnico para manipular evidências.
A história de Kendis Fonag é, acima de tudo, um relato de coragem e perseverança. Em uma cidade pequena, onde todos se conheciam e a palavra de um médico tinha peso quase sagrado, ela enfrentou descrédito, humilhação e anos de espera. Graças à sua determinação em preservar provas e buscar justiça, um predador sofisticado foi desmascarado.
Hoje, o nome de Kendy é lembrado como símbolo de resistência. Seu caso não apenas derrubou a fachada de um homem aparentemente irrepreensível, mas também reforçou a importância de acreditar nas vítimas, mesmo quando a ciência inicial parece contrariá-las. Em Kipling, as portas podem até continuar destrancadas, mas a confiança cega jamais será a mesma.
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