Aos poucos, Neymar vai reconquistando o brilho que o consagrou como um dos maiores nomes do futebol mundial. Em ótima fase no Paris Saint-Germain, o craque brasileiro começou a temporada com números impressionantes: 15 gols e 12 assistências em apenas 19 partidas — uma média de participação em gols que poucos conseguem manter na Europa. Mas, além dos feitos dentro de campo, Neymar voltou aos holofotes por algo que já se tornou quase tão comum quanto seus dribles: a polêmica.

Em entrevista recente ao programa Esporte Espetacular, da TV Globo, o camisa 10 abriu o coração sobre as críticas que recebe, a pressão constante e, principalmente, a intensidade do Campeonato Francês — algo que, segundo ele, foi uma surpresa até mesmo após anos atuando na elite do futebol.

“Eu não sabia o quanto era forte e intenso o Francês até jogar ele”, disse Neymar. “A única forma que tem é você estar esperto, ligado no jogo para não sofrer as lesões que eu sofria com entradas violentas.”

A fala sincera expôs um ponto que muitos ignoram: o desafio físico de atuar em um campeonato subestimado por parte da mídia, mas que tem mostrado ser duro e impiedoso, especialmente com jogadores habilidosos como Neymar. Desde que chegou ao PSG vindo do Barcelona, o jogador enfrentou uma série de lesões — muitas delas causadas por entradas duras e repetidas.

Mas, ao invés de responder com agressividade ou desânimo, Neymar revela que encontrou nos dribles a melhor forma de reagir:
“Quando me batem, eu fico com mais vontade de driblar o cara. É a única forma que eu tenho, não só de me defender, mas também de atacar o adversário.”

A resposta, ainda que pareça simbólica, revela muito sobre a personalidade do atleta. Alvo constante de críticas — por supostamente provocar demais os adversários —, ele se defende mostrando que sua essência está justamente no jogo bonito, na habilidade, na leveza que sempre o destacou desde os tempos de Santos.

“Pouca gente sabe o que acontece no meu dia a dia, dos esforços que eu sempre fiz na minha carreira. Eu suei muito para conquistar o que tenho”, comentou ele, em tom de desabafo.

Muitas vezes julgado como “desinteressado” ou “inconstante”, Neymar usa as estatísticas e a entrega dentro de campo para calar os críticos. Seus números nesta temporada mostram um jogador focado, produtivo e — acima de tudo — resiliente. Não é à toa que, apesar dos tropeços e das lesões, ele segue entre os atletas mais temidos (e caçados) da Europa.

Além disso, Neymar reforçou que o objetivo é continuar se superando:
“Se eu comecei bem, agora quero melhorar muito mais. Tanto em gols, como em assistências ou jogando futebol.”

A declaração também coloca um ponto final, pelo menos por enquanto, na teoria de que ele só estaria se dedicando intensamente até a Copa do Mundo do Catar. Neymar parece determinado a manter um alto nível ao longo de toda a temporada — e está provando isso em campo.

Ainda assim, a pergunta segue no ar e divide opiniões: será que Neymar “apanha” tanto porque provoca demais os adversários? Ou será que ele apenas joga da forma que sempre jogou — com ousadia e arte —, mas em um cenário que não tolera mais o futebol irreverente?

A verdade é que, no meio de tantos debates e julgamentos, Neymar segue fazendo o que sabe de melhor: jogar bola. E, se depender dele, vai continuar respondendo às pancadas com aquilo que o tornou inesquecível — dribles, gols e personalidade.