Em uma das entrevistas mais sinceras e emocionantes de sua carreira, Bruna Marquezine abriu o coração e falou sobre os altos e baixos da fama, do amor e do processo de amadurecimento vivido sob os holofotes. A atriz, que cresceu aos olhos do público, revelou as feridas deixadas pela pressão da mídia, os relacionamentos expostos e o desafio de manter uma imagem de perfeição que nunca foi real.

Logo no início, Bruna fala sobre o impacto de ter vivido um namoro com uma pessoa extremamente famosa — algo que ela nunca escolheu ser público. O relacionamento, repleto de idas e vindas, foi acompanhado de perto por milhões de fãs e veículos de comunicação. E, apesar de ter sido um laço verdadeiro, o casal enfrentou pressões internas e externas que muitas vezes dificultavam o crescimento pessoal dos dois.

“Foi um processo de entender tudo ao mesmo tempo… e, ao mesmo tempo, não entender nada”, desabafa Bruna. Ela conta que precisou atravessar momentos difíceis até “enxergar a luz no fim do túnel”. Mas, ao sair do outro lado, se sentiu mais forte — mesmo que também mais machucada, com raiva da mídia e carregando traumas. “Com o telefone de uma terapeuta em mãos… talvez duas vezes por semana”, brinca, misturando leveza com a crueza de quem viveu na pele os desafios emocionais da superexposição.

Bruna também compartilha uma reflexão poderosa sobre a cobrança por perfeição imposta às atrizes, especialmente no início de sua carreira nos Estúdios Globo. “As atrizes tinham que ser sempre perfeitas, como se não fossem humanas”, relembra. Ela admite nunca ter se encaixado nesse padrão. “Eu não sou perfeita. Só de olhar pro meu nariz já dá pra ver.”

A atriz revela que, muitas vezes, sentiu que precisava diminuir sua própria luz para conviver em harmonia com colegas de trabalho. “Eu sou uma pessoa que chega e chama atenção, sou extrovertida… E eu comecei a perceber que isso incomodava algumas pessoas.” Ao invés de se anular, ela decidiu que não apagaria mais quem é para caber no desconforto dos outros. “A luz é minha. Quem tem que evoluir são os outros.”

Outro ponto tocante da entrevista foi sua tentativa, durante anos, de sustentar a imagem de um relacionamento perfeito, mesmo quando tudo estava desmoronando nos bastidores. “A gente terminava e voltava uma vez por mês. Não tinha estabilidade, não era saudável, mas todo mundo queria acreditar que era o casal dos sonhos.” Bruna afirma que, embora tenha tentado, simplesmente não conseguia viver esse “personagem idealizado”. E mais: nunca quis consumir esse tipo de ilusão — nem na própria vida, nem como espectadora.

Ex e atual de Bruna Marquezine usam roupas iguais na festa dela

Durante a conversa, ela ainda critica a forma como a mídia explorava sua vida pessoal. “Não tinha nada de anormal na minha vida. Eu só era uma menina de 18 anos, vivendo coisas comuns, mas tudo isso estava sob uma lupa.” Cada passo, cada erro, cada emoção virava manchete, clique, venda.

Por fim, Bruna deixa uma mensagem sincera e poderosa: ela prefere ser um exemplo real, com falhas, dúvidas e aprendizados, do que perpetuar uma perfeição que ela mesma nunca acreditou. “Crescer diante das câmeras me ensinou muito, mas também me machucou. Hoje, escolho a verdade.”

Essa entrevista é um retrato honesto de uma jovem mulher que se reconstruiu a partir da dor e decidiu viver com autenticidade. E, acima de tudo, é um convite para todos nós repensarmos como consumimos a vida dos outros — especialmente daqueles que parecem ter tudo, mas que, no fundo, só querem ser vistos como humanos.