No futebol, as batalhas vão muito além do campo. No último sábado, na Ilha do Retiro, em Recife, os holofotes estavam voltados para uma guerra que não se via no gramado, mas sim nas arquibancadas: a guerra psicológica travada pela torcida do Sport contra Neymar Jr., um dos jogadores mais icônicos e controversos do Brasil.

O duelo tático e físico sempre faz parte do jogo, mas a estratégia adotada pelos torcedores do Sport foi diferente — e, talvez, mais impactante. Eles decidiram usar uma arma inusitada: máscaras com o rosto de Bruna Marquezine, ex-namorada de Neymar. Para muitos, essa foi uma forma sofisticada de atingir o jogador em seu ponto mais vulnerável, não como atleta, mas como homem.

A campanha viral que antecedeu o jogo foi engenhosa. Milhares de máscaras foram distribuídas, transformando a arquibancada em um verdadeiro mar de fantasmas do passado amoroso de Neymar. O relacionamento entre Neymar e Bruna, apelidado carinhosamente de “Brumar”, foi uma das histórias de amor mais comentadas no Brasil, repleta de idas e vindas, declarações públicas e términos dolorosos que prenderam a atenção do país por anos.

Máscara de Bruna Marquezine viraliza em provocação de torcida a Neymar -  Famosos | Entretenimento

Ao invés de atacar diretamente o talento ou a performance de Neymar, a torcida do Sport decidiu focar na estabilidade emocional do jogador, sabendo que sua mente seria seu campo de batalha. A provocação não foi apenas um ataque, mas um lembrete constante: “Nós lembramos, sabemos e vamos usar isso contra você.”

A repercussão foi tão grande que a polícia de Pernambuco tentou intervir, proibindo o uso das máscaras no estádio. No entanto, essa tentativa de censura só aumentou o apelo da ação, fazendo com que os torcedores desconsiderassem a regra e mantivessem as máscaras presentes durante todo o jogo.

Em campo, o efeito dessa pressão psicológica foi visível. Neymar foi vaiado a cada toque na bola, e, embora tenha participado dos dois gols do Santos, sua performance ficou longe do habitual brilho e da magia que encantam fãs mundo afora. O peso do passado parecia pesar sobre seus ombros, e cada erro era comemorado como uma vitória pela torcida do Sport.

Ao final da partida, que terminou empatada em 2 a 2, Neymar usou suas redes sociais para revelar o impacto da semana que antecedeu o jogo. Ele não expressou raiva, mas sim cansaço. “Hoje foi na raça, na vontade de fazer melhor”, escreveu, reconhecendo que o talento sozinho não foi suficiente diante da pressão sofrida.

Torcida do Corinthians provoca Neymar Jr. com gritos de “Bruna Marquezine”  durante aquecimento para o clássico Santos X Corinthians | Jornal de  Brasília

Esse episódio levanta uma discussão importante sobre os limites da rivalidade no futebol. Até que ponto é legítimo usar a vida pessoal de um atleta para desestabilizá-lo? Para alguns, essa é apenas mais uma tática dentro do folclore esportivo, uma forma criativa de ganhar vantagem. Para outros, trata-se de uma invasão cruel de privacidade que ultrapassa os limites do respeito.

Independentemente das opiniões, a torcida do Sport mostrou que, mesmo diante de um superastro global como Neymar, existem brechas na armadura que podem ser exploradas. A lembrança de um passado pessoal, simbolizada por um simples pedaço de papel com um rosto conhecido, foi suficiente para transformar o jogo em uma batalha que ultrapassou o campo e invadiu a mente do jogador.

Na Ilha do Retiro, o placar terminou empatado, mas a verdadeira guerra, aquela que acontece na cabeça de Neymar, pode ter tido um vencedor diferente.