Na noite em que a chuva castigava Nova York sem piedade, três vidas estavam por um fio — e uma mulher, traída por quem mais amava, lutava sozinha por cada uma delas.

No topo de um prédio luxuoso da Park Avenue, Anelise Reid enfrentava não só uma gravidez de alto risco, mas o abandono emocional do marido bilionário, Sebastian Croft, e a presença cada vez mais invasiva de sua amante, Vitória Devo. Vitória, uma executiva ambiciosa e fria, já havia invadido os negócios, o lar, e agora almejava o papel de mãe dos filhos de Anelise.

Anelise, confinada a uma suíte transformada em hospital particular, sentia sua saúde e suas forças se esvaírem a cada dia. Grávida de gêmeos, diagnosticada com pré-eclâmpsia, ela era tratada mais como um objeto precioso a ser preservado do que como uma esposa amada. Sebastian, envolto no charme venenoso de Vitória, já não enxergava a mulher que um dia dizia amar.

Na madrugada do sétimo mês de gestação, Anelise sentiu uma dor avassaladora. Com dificuldade, acionou o botão de emergência. Quando a porta se abriu, não era uma enfermeira que entrou. Era Sebastian, acompanhado da risada cruel de Vitória, que não contava com o colapso iminente de Anelise. Aquela cena não era parte dos planos friamente calculados da amante.

Levada às pressas para a sala de cirurgia, Anelise foi diagnosticada com a temida Síndrome HELLP. A cesárea de emergência revelou dois pequenos milagres: Nathaniel e Olívia nasceram vivos, fortes apesar da prematuridade. Mas o preço foi alto. O corpo de Anelise não resistiu bem. Perdeu muito sangue. Entrou em coma.

Durante três dias, enquanto Anelise lutava silenciosamente pela própria vida, Vitória se movia nos bastidores como uma sombra afiada. Instalou-se ao lado de Sebastian, ocupando o espaço da esposa com sorrisos calculados e palavras doces. Falava com médicos, decidia sobre o quarto dos bebês e até se referia a eles como “nossos filhos”. Para os outros, era a companheira firme em meio ao caos. Mas por trás de cada gesto estava a pressa de apagar a mulher que ainda lutava por sua vida a poucos andares acima.

Mas Vitória não contava com Geneviev.

Geneviev Reid, a irmã mais nova de Anelise, chegou como uma tempestade. Vinda de Chicago, encontrou o hospital tomado por uma mulher que se dizia amiga da família, mas que já havia se entronizado como mãe e esposa. O primeiro confronto foi direto: “Você é a piranha que está circulando minha irmã há um ano”, disparou Geneviev, desmascarando a falsa compaixão de Vitória diante de todos.

Nos dias que se seguiram, o hospital tornou-se um campo de guerra silencioso. Vitória tentava minar Geneviev aos olhos de Sebastian, enquanto a irmã se mantinha firme ao lado de Anelise, relembrando a infância, prometendo proteção aos sobrinhos, e observando atentamente os movimentos da rival.

O ponto de virada veio quando Geneviev flagrou Vitória entregando discretamente um envelope recheado de dinheiro a uma enfermeira da UTI neonatal. Um gesto aparentemente generoso, mas que Geneviev reconheceu como o que realmente era: compra de lealdade. Vitória queria ser a única fonte de informação, a figura maternal, a “nova” senhora Croft.

Geneviev não deixou barato. Abordou a enfermeira e disse, firme: “Minha irmã é a mãe dessas crianças. Não deixe que aquela mulher a apague.” A semente da dúvida foi plantada.

Mas a história ainda não terminou. O que Vitória ignorava era o último ato desesperado de Anelise antes de perder a consciência: um teste de DNA, solicitado em segredo, que revelaria algo devastador. Algo que poderia destruir para sempre o império de mentiras que Vitória vinha construindo.

Enquanto a cidade seguia indiferente, três mulheres lutavam suas batalhas. Uma pelo poder. Outra pela verdade. E uma, deitada entre a vida e a morte, pela chance de voltar.

Mas quando Anelise acordar — e ela vai acordar — o jogo vai virar.