Nem mesmo uma comemoração de aniversário escapou da polêmica. A atriz Bruna Marquezine, prestes a completar 30 anos de vida e uma carreira admirável, virou alvo de indignação nas redes sociais após ser descrita de forma extremamente redutora por um portal de notícias. A manchete publicada pela Folha de S. Paulo, no site F5, causou revolta imediata: “Melhor amiga de Sasha, ex de Neymar… Curiosidades sobre Bruna Marquezine, 30 anos”.

A reação foi quase instantânea. Fãs, celebridades e internautas em geral não aceitaram o tom da publicação, considerada desrespeitosa com uma artista que, além de brilhar nas novelas brasileiras, conquistou espaço em produções internacionais e se tornou um ícone de moda e representatividade.

“Ela é a Bruna Marquezine, não uma nota de rodapé na vida dos outros”, criticou um usuário revoltado no X (antigo Twitter). Outro foi ainda mais direto: “A mulher tem carreira internacional e ainda tentam resumir ela como ex do Neymar? Ridículo!”. Os comentários se multiplicaram em tom de frustração e cobrança por respeito.

A atriz Cíntia Aparecida também se posicionou publicamente, chamando a matéria de “vergonhosa” e afirmando que se trata de “machismo disfarçado de curiosidade”. Segundo ela, não é coincidência que tantas mulheres bem-sucedidas ainda tenham suas conquistas minimizadas em prol de relacionamentos passados com homens famosos.

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E o caso de Bruna é só mais um exemplo de uma narrativa que insiste em acompanhar mulheres públicas: a de que elas só têm valor quando associadas a homens — sejam ex-namorados, maridos ou parcerias. Mesmo após anos de trabalho sólido e conquistas próprias, muitas ainda são lembradas primeiro por seus antigos relacionamentos e só depois por suas realizações profissionais.

Fontes próximas a Bruna revelaram que a atriz ficou visivelmente incomodada com a forma como foi retratada. E, embora ainda não tenha se pronunciado oficialmente, ela já teria deixado claro nos bastidores que não pretende mais aceitar esse tipo de abordagem superficial e ofensiva. A indignação de seus fãs só reforça essa postura.

O episódio acende um alerta importante sobre a forma como a imprensa — ainda hoje — insiste em moldar narrativas que desvalorizam as conquistas femininas. Bruna, ao longo de sua carreira, se reinventou inúmeras vezes: foi de estrela mirim à protagonista de novelas de sucesso, virou referência de estilo no Brasil e no exterior, participou de produções internacionais e mantém uma imagem pública admirada por milhões.

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Reduzir essa trajetória a “ex de Neymar” não é apenas ofensivo — é sintomático de uma estrutura que precisa urgentemente ser revista. Ao tratar uma mulher tão influente como um acessório da vida de outro famoso, o jornalismo perde credibilidade e perpetua estereótipos ultrapassados que tantas outras mulheres também enfrentam.

O aniversário de 30 anos de Bruna deveria ser uma celebração de sua trajetória, conquistas e evolução pessoal. Em vez disso, a atriz viu seu nome envolvido em uma discussão que, embora incômoda, trouxe à tona uma questão necessária: até quando mulheres precisarão lutar para serem reconhecidas por quem são, e não por quem namoraram?

Diante da repercussão negativa, muitos esperam que o portal em questão se retrate ou, no mínimo, reveja sua abordagem em futuras coberturas. Afinal, o público mudou — e não aceita mais esse tipo de desrespeito camuflado de curiosidade. A voz das redes sociais mostrou que Bruna Marquezine não está sozinha. E, mais do que isso: mostrou que o tempo de calar e aceitar acabou.