Naquele dia, o sol parecia castigar cada centímetro da pele e a terra rachada parecia se abrir sob os pés de quem ousava caminhar. Alma, com suas botas empoeiradas e uma mochila quase vazia, voltava do único lugar que lhe oferecia algum sustento: um pequeno e velho oficina mecânica onde fazia serviços esporádicos.
Não tinha diploma, mas sabia mais sobre motores do que muitos homens emoldurados por certificados. No caminho de volta, algo chamou sua atenção: um carro parado à beira da estrada, capô aberto, fumaça subindo. Era um Mustang vermelho clássico, o tipo de carro que Alma só via em filmes. Perto dele, um homem alto, elegante, claramente perdido diante do motor.
Movida mais pela curiosidade do que por altruísmo, ela se aproximou. “Problemas?” — perguntou, limpando o suor da testa. Ele a olhou surpreso. “Superaquecido. Sem sinal de celular.” Alma nem pediu permissão: meteu as mãos no motor com segurança. “Acho que sei mais disso do que você,” brincou, arrancando dele um sorriso contido.
Enquanto consertava o problema — uma mangueira rachada, junta frouxa, radiador seco — ele lhe ofereceu água. Alma, ao aceitar, viu o detalhe que mudou tudo: um anel de ouro branco no anelar esquerdo. “Você é casado,” disse, mais como constatação do que julgamento. “Sou.” A resposta veio sem culpa, sem hesitação.

Aquele instante partiu algo dentro dela. Não era amor. Era a fantasia, mesmo que passageira, de ser vista de verdade. Ela terminou o serviço em silêncio. Quando o carro voltou a rugir, o homem tentou pagar. Alma recusou. “Já pagou com a verdade.” E se afastou, com mãos sujas e coração em conflito.
Os dias passaram. Ela dizia a si mesma que não pensava nele. Mas pensava. Não sabia o nome dele. Ele também não soubera o dela. Aquilo doía mais do que admitia.
Até que, certo dia, uma caminhonete preta parou diante da oficina. Ele desceu. Sem óculos escuros. Com os olhos mais honestos do que antes. “Não é o Mustang,” disse. “Vim por você.” Parecia cena de filme ruim — e Alma odiava finais ruins.
Julián. Dono de uma empresa de tecnologia. Casado. Riquíssimo. Mas, segundo ele, vazio. “Você não ligou para meu carro, meu relógio, meu sobrenome. Me viu como um homem qualquer. Isso… me marcou.” Alma, sempre desconfiada, respondeu com dureza: “E o que você quer de mim? Uma distração antes de voltar para sua esposa de cidade?”
“Não quero nada. Só conversar. Conhecer você. Te ouvir. Se me deixar.” E ela deixou. Só por cinco minutos.
A partir daí, Julián voltou. Várias vezes. Nunca com presentes. Só com presença. Nunca invadiu, só escutava. Ela, com o tempo, deixou-o entrar — no cotidiano, na conversa, na rotina silenciosa e cansada de sua vida. E assim, sem beijos, sem toques proibidos, criaram algo mais íntimo do que muitos casamentos.
Então um dia ele apareceu sem aliança. “Divorciei.” Alma não respondeu. Apenas o olhou como se só naquele momento o enxergasse por completo.

Mesmo livre, Julián não queria apenas amar Alma — queria entender seu mundo. Fez aulas de mecânica, sujou as mãos, apareceu com o Mustang restaurado. “Quero aprender a viver onde você vive,” disse. Alma, com dor no olhar, resistiu: “Você tem uma história. Eu tenho dívidas. Isso aqui, nós dois, é só um momento. Não uma vida.”
Mas ele insistiu. “E se a gente criar um lugar novo? Nem sua casa, nem a minha. Um começo só nosso.” Ela lutava contra a esperança. Sabia que mundos como o dele e o dela raramente se misturam — e quando o fazem, não costumam durar.
Mesmo assim, diante da proposta mais louca que já ouvira — fugir com ele, largar tudo, começar do zero — ela hesitou. Disse que tinha medo.
“Eu também,” respondeu ele.
E foi assim. Sem flores. Sem juras eternas. Só uma mochila, ferramentas, uma foto da mãe e o Mustang vermelho. Ele desligou o celular. Ela levou apenas o que cabia no coração. Fugiram não por impulso, mas por exaustão de uma vida que não era deles.
Na estrada, Alma olhou para as mãos. Sem joias. Sem promessas. Mas com uma sensação de paz que nunca sentira.
Não sabiam se aquilo duraria uma semana ou uma vida inteira. Mas, pela primeira vez, não eram mais “ela” e “ele”. Eram “nós”.
E isso era o bastante.
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