A manhã de 26 de novembro de 2025 começou como tantas outras na casa da família Fonseca, marcada pela agitação típica de quem tem crianças pequenas. Antes das oito, Virgínia já estava de pé, organizando a rotina de Maria Alice, de quatro anos, e Maria Flor, de três. A sala estava cheia de desenhos, brinquedos e gargalhadas, e a influenciadora, como sempre, registrava tudo nos stories para compartilhar um pouco da vida real que seus seguidores tanto adoram. Mas bastaram três segundos para transformar uma cena comum em uma das manhãs mais tensas da vida de toda a família.

Ao abrir a porta do quarto de brinquedos, Maria Flor tropeçou no tapete e caiu. A canetinha sem tampa que ela segurava escapou da mão, voando em direção ao rosto de Virgínia com força inesperada. O impacto atingiu em cheio o canto do olho da influenciadora, que imediatamente levou a mão ao rosto, tomada por uma dor aguda. O silêncio que se instalou por alguns segundos deu o tom do que estava por vir. As meninas pararam. Maria Alice largou o desenho no chão. Maria Flor ficou imóvel, assustada. E a mãe, sem saber exatamente o que tinha acabado de acontecer, apenas murmurou um “ai meu Deus” com a voz trêmula.

Quando afastou a mão, o pior se confirmou: o olho já começava a inchar rapidamente. A ardência era intensa, a visão embaralhada. As meninas começaram a chorar desesperadas — Maria Alice repetia sem parar que não queria ter machucado a mãe, enquanto Maria Flor soluçava, ainda assustada pela queda. Em segundos, funcionários apareceram, tentando ajudar. Zé Felipe desceu às pressas, sem entender por que a casa havia se transformado em um cenário de aflição tão repentina.

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Mesmo tentando manter a calma para não assustar ainda mais as filhas, Virgínia estava claramente em dor. Pediu gelo, pediu que desligassem as câmeras e pediu um carro imediatamente. Não era apenas o susto ou a possibilidade de um hematoma. Algo estava errado com sua visão. Em poucos minutos, a família estava a caminho do hospital, enquanto a internet explodia de especulações por causa de uma única foto borrada que ela conseguiu postar antes de sair.

Na chegada ao hospital de Goiânia, pouco depois das nove, o clima era de urgência absoluta. Mesmo entrando pela área lateral para evitar tumultos, a presença da influenciadora não passou despercebida. Vídeos foram gravados, rumores se espalharam, e em questão de minutos surgiram as primeiras teorias nas redes sociais. Mas, enquanto isso, dentro da recepção, a situação se mostrava ainda mais delicada.

Virgínia mal conseguia manter o olho aberto. A dor pulsava, a visão parecia diminuir, e a sensação de pressão interna deixava claro que não se tratava de algo simples. Mas o que mais a abalava era ver as filhas sendo colocadas em cadeirinhas de rodas infantis para avaliação. Maria Flor chorava baixinho, com o soluço típico de quem leva um susto grande. Maria Alice segurava a mão da irmã, mas suas palavras cortaram o coração da mãe: “Eu machuquei você. Eu não queria.”

A médica responsável pelo pronto atendimento, Dra. Helena Prado, ao ver a cena, rapidamente determinou que as meninas também seriam avaliadas. Isso deixou todos em alerta — Zé Felipe, especialmente, ficou abalado ao descobrir que as filhas poderiam ter sofrido algum tipo de impacto secundário. Virgínia tentou ir até elas, mas foi contida pela equipe — ela precisava ser examinada imediatamente.

Os primeiros exames indicaram que o impacto no olho havia sido mais sério do que um simples hematoma. Havia preocupação com microfissuras, pressão interna e risco de infecção. Enquanto isso, as meninas passavam por triagem, e às 10h15 surgiu o primeiro sinal alarmante: uma delas apresentou resposta irregular no teste de reflexo. A notícia caiu como uma bomba dentro do hospital. O clima mudou. A tensão aumentou. O silêncio nervoso nos corredores denunciava que algo grave estava sendo investigado.

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Zé Felipe tentava se manter forte, mas andava de um lado para o outro, desesperado. As mãos tremiam quando assinou a autorização para novos exames. A porta fechada da sala onde as meninas estavam parecia pesar toneladas. E, quando Virgínia retornou do exame, já com o olho ainda mais inchado e a dor latejante, a primeira pergunta que fez foi sobre as filhas. Ao ouvir que uma delas não havia reagido bem ao teste de reflexo, sua respiração falhou.

A médica finalmente os chamou para conversar. Com uma gravidade perceptível, abriu o primeiro envelope com os resultados. Maria Flor havia sofrido um impacto secundário, provavelmente no susto e na queda. O reflexo ocular do olho esquerdo estava comprometido, exigindo observação intensiva. Virgínia mal conseguiu processar a informação, tomada por um desespero silencioso.

Mas o segundo envelope era ainda mais difícil. Maria Alice apresentava sinais de comprometimento no tímpano esquerdo, consequência de um movimento brusco no momento do susto. O risco: possível perda auditiva parcial, caso não houvesse intervenção rápida. A notícia destruiu o pouco controle emocional que Virgínia ainda tinha. Chorou, repetindo que era culpa dela, enquanto Zé Felipe tentava consolá-la, também abalado.

E então veio o estopim: um áudio vazado, gravado dentro do hospital, no qual duas enfermeiras comentavam a possibilidade de uma das meninas estar “perdendo a audição”. O áudio já estava circulando nas redes. Virgínia, ao ouvir, desmoronou. Tremia, sem conseguir falar, repetindo apenas que não deixassem inventarem coisas sobre as filhas.

Enquanto isso, a equipe preparava a sala de observação intensiva para Maria Flor e chamava um especialista para avaliar Maria Alice com urgência. Era o fim de uma manhã que começou com risos e terminou marcada por medo, caos e incertezas — uma lembrança difícil, que a família jamais esqueceria.