No coração da fazenda Talismã, um domingo amanheceu diferente. O sol recém-nascido parecia anunciar algo especial, e os passarinhos cantavam com mais intensidade, como se soubessem que aquele dia não seria comum. Maria Alice, neta de Poliana Rocha, acordou com uma sensação inexplicável, um pressentimento que fazia seu coração acelerar. “Hoje vai ser diferente, eu tô sentindo!”, disse a menina à avó, correndo pelos corredores da casa grande.

Poliana, acostumada a perceber os pequenos sinais da neta, abraçou-a com carinho, sentindo que algo extraordinário estava prestes a acontecer. Leonardo, pai de Maria Alice, recém-chegado da cidade para a celebração, sorriu e comentou: “Deve ser Jesus chamando você para a missa, princesa. Hoje vamos louvar Ele bem bonito, tá?”

O ritual matinal foi conduzido com amor e cuidado. Poliana escolheu o vestidinho branco de Maria Alice, adornado com rendas, e arrumou suas tranças com delicadas flores do jardim. Quando o sino da capelinha começou a tocar, era como se toda a fazenda respirasse uma expectativa silenciosa. A pequena igreja estava impecavelmente decorada com lírios brancos, rosas vermelhas e velas acesas. O aroma do incenso misturava-se à luz do vitral colorido que iluminava o altar de forma quase mágica.

Maria Alice, filha de Virginia, chora e diz que quer morrer na cruz como  Jesus - Portal Leo Dias

Quando Maria Alice entrou, segurando a mão da avó, parou no corredor e contemplou o altar. “Vó… olha como tá bonito. Parece que o céu desceu aqui pra terra”, disse, despertando a atenção de todos ao redor. O padre Antônio, vindo de uma cidade vizinha para celebrar a missa, iniciou a cerimônia com cânticos e leituras, mas a menina parecia inquieta, fixando o olhar no altar, como se esperasse algo.

Então, aconteceu o inesperado. No momento da consagração, Maria Alice levantou-se de repente, lágrimas escorrendo pelo rosto, e apontou para o altar. “Vó! Vó! Ele tá ali! Jesus tá ali! Eu tô vendo Ele!”, exclamou, em voz alta, paralisando todos os presentes. Um silêncio absoluto tomou a capela. Poliana sentiu as pernas fraquejarem, Leonardo se levantou imediatamente, e o padre Antônio, ainda segurando a hóstia consagrada, percebeu a intensidade do momento.

A menina começou a descrever a visão: Jesus vestido de branco, irradiando uma luz dourada, com cabelos castanhos e barba bem cuidada. Seus olhos, segundo Maria Alice, eram cheios de amor, capazes de transmitir compreensão e acolhimento a todos na capela. A presença divina era tão tangível que até quem não via com os olhos físicos sentia no coração. Maria Alice revelou os detalhes mais impressionantes: os braços abertos, os furos nas mãos de onde emanava luz, tocando cada pessoa presente.

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A emoção tomou conta do local. Poliana e Leonardo ajoelharam-se, o padre Antônio chorava, e os funcionários e vizinhos da fazenda se juntaram em oração. A capela inteira parecia respirar a presença do divino, e as lágrimas que caíam eram de alegria, esperança e amor profundo. Maria Alice continuava de pé, irradiando uma luz interna que transcendia sua idade e inocência, como um canal de algo muito maior.

Então, em voz firme e carregada de autoridade celestial, Maria Alice transmitiu a mensagem que Jesus confiou a ela: Ele nunca abandona nenhum filho Seu, nem por um instante. Ela falou sobre os sofrimentos, dores, medos e lágrimas daqueles que se sentem esquecidos, afirmando que Deus vê cada lágrima e guarda cada dor. A mensagem da menina trouxe conforto, fé renovada e emoção profunda a todos os presentes.

O que aconteceu na fazenda Talismã naquela manhã não foi apenas um relato de fé; foi um milagre que tocou cada coração, mostrando que a presença divina pode se manifestar de formas que vão além da compreensão humana. As palavras e a visão de Maria Alice transformaram um domingo comum em um encontro inesquecível entre o humano e o divino, lembrando a todos da força do amor, da fé e da esperança.

Naquele dia, cada pessoa presente saiu da capela com os olhos marejados, o coração aquecido e a certeza de que milagres acontecem quando menos esperamos, e que a fé, mesmo nas mãos de uma criança, pode revelar o impossível.