O que era para ser mais um passo rumo à redenção de Neymar no futebol brasileiro acabou se transformando em um sinal de alerta. Na partida entre Santos e Atlético-MG, válida pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, o craque voltou a sentir dores e deixou o campo sem brilho, em meio a vaias, polêmica e uma dúvida que já não pode mais ser ignorada: será que Neymar ainda consegue suportar a pressão, a intensidade e o peso de ser protagonista?

Desde que retornou ao futebol nacional, a expectativa era grande. O torcedor queria ver o velho Neymar — ousado, criativo, decisivo. Mas o que se viu no empate em 1 a 1 na Arena MRV foi bem diferente. Com apenas um minuto de jogo, o camisa 10 sofreu uma entrada polêmica de Gustavo Scarpa e caiu no gramado com dores no tornozelo. O lance gerou debate: pênalti não marcado? Lance normal? Para muitos comentaristas, a falta foi clara. Para o árbitro, não.

Neymar até tentou continuar, mas visivelmente limitado, acabou substituído ainda no primeiro tempo. E, mais uma vez, o que se esperava ser uma noite de brilho, virou frustração. O Santos, sem sua principal estrela em condições ideais, até buscou o empate, mas ficou evidente que com Neymar em forma, o resultado poderia ter sido outro.

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A imprensa não perdoou. Manchetes apontaram o que o torcedor sente na pele: preocupação. O Globo destacou que “Neymar preocupa”, enquanto a Folha de São Paulo questionou: “Até quando?” Já o jornal espanhol Marca foi além, dizendo que o jogador está sem ritmo competitivo e levanta dúvidas até para a Copa do Mundo.

Nas redes sociais, o debate pegou fogo. Parte da torcida questiona se Neymar tem estrutura física e emocional para suportar a realidade do futebol brasileiro atual — gramados pesados, entradas duras, pressão intensa e calendário apertado.

E foi nesse clima de incerteza que Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, foi questionado sobre o futuro do craque na equipe nacional. Sua resposta, apesar de diplomática, foi direta e cheia de significado:
“A seleção tem muita concorrência. Não vamos levar ninguém pela história, mas pelo que pode entregar hoje.”

A frase caiu como uma bomba no cenário esportivo. Ancelotti, conhecido por seu equilíbrio, deixou claro que Neymar precisa provar em campo que ainda tem lugar entre os 70 nomes avaliados para a Copa. Ou seja: prestígio passado não é mais garantia de nada.

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A situação reacende um debate antigo, mas que agora parece mais urgente do que nunca: Neymar ainda é indispensável para a seleção brasileira?

Não se trata apenas de uma má fase. A soma de lesões, atuações apagadas e polêmicas vem formando uma tempestade perfeita em torno do jogador. O Campeonato Brasileiro, que poderia ser sua grande vitrine, virou palco de dúvidas.

O empate com o Atlético-MG, por si só, não seria tão marcante. Mas com Neymar em campo — e, mais uma vez, saindo machucado e sem brilho —, tudo muda de proporção. A torcida, cada vez mais impaciente, quer respostas. A comissão técnica da seleção também. E, pelo visto, nem mesmo Carlo Ancelotti está disposto a esperar indefinidamente.

O recado é claro: ou Neymar dá a volta por cima agora, ou corre o risco de ver a Copa do Mundo — talvez sua última como protagonista — escapar por entre os dedos.

A pergunta que ecoa nos vestiários, nos programas esportivos e nas redes sociais é uma só: Neymar ainda tem tempo, saúde e força para mostrar que merece estar entre os melhores?

O tempo vai dizer. Mas, depois de mais um jogo frustrante e de um recado direto do treinador da seleção, ficou claro que o craque precisa mais do que talento. Precisa urgência. Precisa mostrar que ainda é o Neymar.