Nos últimos dias, um post feito por Neymar Pai nas redes sociais acendeu uma nova onda de debates — e críticas — nas redes. Em meio a mais uma polêmica envolvendo Neymar Jr., seu pai decidiu sair em defesa do filho com uma publicação carregada de emoção, nostalgia e, para muitos, hipocrisia.

A postagem republicada por Neymar Pai vinha de uma fanpage dedicada ao craque, relembrando suas ações solidárias, conquistas em campo e gestos que tocaram o coração dos fãs ao redor do mundo. O texto apresentava frases como “Meu ídolo doou avião para ajudar o Sul”, “Meu ídolo fundou um instituto que ajuda milhares de crianças” e “Meu ídolo é odiado no próprio país, mas ainda assim ama jogar pela Seleção”.

A intenção era clara: resgatar a imagem pública de Neymar em meio às frequentes críticas por escândalos envolvendo traições e polêmicas pessoais. No entanto, a repercussão do post foi tudo menos unânime.

Enquanto alguns apoiadores viram ali um gesto de carinho paternal e reconhecimento pelos feitos do jogador, uma boa parte do público enxergou um ato de proteção exagerada e deslocada. Muitos apontaram que, embora Neymar seja de fato um ídolo dentro de campo e tenha histórico de ações filantrópicas importantes, isso não apaga seus erros na vida pessoal — especialmente quando se repetem com frequência.

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A crítica mais dura, porém, veio da incoerência do próprio pai. Nei, que também já teve seu nome envolvido em escândalos similares, foi acusado de falta de moral para tentar blindar o filho. Nas redes sociais, o post foi chamado de “teatro ensaiado”, “discurso hipócrita” e “tentativa desesperada de limpar a barra”.

É fato: Neymar é um dos maiores talentos do futebol brasileiro, com feitos inquestionáveis, como ser o maior artilheiro da Seleção e criar um instituto que impacta milhares de jovens. Mas, como dizem, ser ídolo exige mais do que habilidade com a bola nos pés — exige responsabilidade fora de campo.

E é aí que o debate esquenta.

A narrativa de que Neymar é “perseguido” ou “odiado pelo próprio país” tem perdido força. O que muita gente repete hoje é que o Brasil não odeia o Neymar jogador. O problema é o Neymar figura pública, constantemente envolvido em escândalos e que parece não aprender com seus próprios erros.

Ao invés de deixá-lo amadurecer, assumir suas falhas e mostrar crescimento, seu entorno — especialmente seu pai — tenta constantemente tratá-lo como vítima. E o resultado disso? Uma imagem cada vez mais distante da idolatria e mais próxima da rejeição.

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O mais irônico de tudo é que o próprio post, que tentava comover e recuperar a reputação de Neymar, acabou trazendo o efeito contrário. Ao listar boas ações como justificativa para minimizar comportamentos reprováveis, a publicação gerou um sentimento de revolta em muitos seguidores. A lógica “ele erra, mas também faz o bem” não cola mais.

Em vez de proteger, o pai poderia orientar. Em vez de postar texto emotivo, poderia sentar com o filho e dizer aquilo que ele realmente precisa ouvir — não o que ele quer escutar. Porque proteger não é passar pano. E quando o pano é passado demais, ele rasga.

Se Neymar quer realmente voltar a ser aclamado pelo povo brasileiro, o caminho é claro: maturidade, responsabilidade e mudança de postura fora das quatro linhas. E seu pai, que tanto diz amá-lo, pode começar a ajudar fazendo aquilo que qualquer pai de verdade faria — dar bronca quando necessário, e parar de apagar incêndio com gasolina.

A verdade é uma só: o Brasil ama seus ídolos. Mas também exige deles a grandeza que vai além dos gols. E, neste momento, o que o público espera de Neymar é que ele se torne tão admirável fora de campo quanto é dentro dele.