O torcedor do Santos vive novamente dias de tensão e incerteza. A reta final do Brasileirão promete ser um verdadeiro teste para o coração dos santistas, que assistem, mais uma vez, seu time flertar perigosamente com o rebaixamento. Com apenas 33 pontos e uma sequência complicada pela frente, o Peixe precisa de um verdadeiro milagre — ou, quem sabe, de uma atuação salvadora de Neymar — para escapar de um novo capítulo trágico em sua história.

De acordo com analistas esportivos, a conta é simples, mas cruel: para escapar de forma segura, o Santos precisa chegar a 43 pontos. Isso significa somar pelo menos dez pontos nas próximas rodadas, algo que parece cada vez mais distante diante do desempenho instável da equipe. O time ainda enfrenta adversários de peso como Flamengo, Palmeiras e Internacional, além de partidas decisivas contra Sport, Mirassol, Juventude e Cruzeiro.

“Se o Santos fizer o dever de casa e vencer os quatro jogos na Vila Belmiro, escapa”, comentou um dos comentaristas durante o programa. “Mas o problema é que hoje ninguém confia mais no Santos dentro da Vila. Isso acabou.”

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A situação é tão dramática que até o retorno de Neymar, tratado como o grande trunfo da temporada, parece ter perdido o brilho. Contratado por 11 milhões de euros, em uma das maiores apostas financeiras da história recente do clube, o craque voltou ao time de onde saiu para o mundo com a missão de reacender a esperança e liderar o projeto de reconstrução do Santos. Mas, até agora, o retorno tem sido mais marcado por ausências e frustrações do que por resultados.

O camisa 10 tem jogado pouco, ainda longe da melhor forma física, e sua presença em campo não tem sido suficiente para mudar o destino do time. Quando mais se esperava dele — como nas fases decisivas do Campeonato Paulista, por exemplo — Neymar acabou fora das partidas mais importantes. A semifinal contra o Corinthians, por exemplo, foi disputada sem o astro, o que gerou críticas de parte da torcida.

O comentarista André Henning foi direto: “O Santos fez um investimento altíssimo, apostou todas as fichas em Neymar, e o retorno esportivo simplesmente não veio. É uma temporada, no mínimo, um fracasso. Se o time cair, vira tragédia.”

Mas a pergunta que mais tem causado discussão é outra: se o Santos for rebaixado novamente, Neymar ficaria para disputar a Série B?

Ricardinho, ex-jogador e também comentarista, não acredita nisso. “Só se for por honra. Se ele quiser mostrar que estava junto e que quer ajudar o time a subir. Mas, sinceramente, é muito difícil. O Neymar sempre deixou claro que o foco dele é chegar bem na Copa do Mundo. Jogar uma Série B a poucos meses da Copa é algo improvável.”

A resposta deixa um gosto amargo para o torcedor, que sonhava com o retorno do ídolo como símbolo de renascimento. O investimento feito, tanto financeiro quanto emocional, transformou a volta de Neymar em um marco. No entanto, se o Santos cair, o nome dele ficará inevitavelmente marcado na história como parte de mais uma queda. “Se o Santos cair, sempre vão lembrar: caiu em 2025, e tinha até o Neymar no time”, completou Ricardinho.

Enquanto isso, os adversários diretos pela permanência — como Internacional, Vitória e Bahia — também lutam ponto a ponto. A tabela é cruel para todos, e qualquer tropeço pode custar a sobrevivência. O cenário pinta um final de campeonato dramático, em que cada gol, cada erro e cada decisão podem definir o destino de clubes gigantes.

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O torcedor santista, acostumado a glórias, agora vive um pesadelo recorrente. Aquele mesmo sentimento de 2023 volta à tona: a angústia de ver o time histórico, dono de tantas conquistas e berço de craques mundiais, à beira de um novo rebaixamento.

Nos bastidores, há quem acredite que o Santos ainda pode reagir, especialmente se Neymar conseguir jogar os próximos jogos em ritmo mais intenso. Outros, porém, veem o craque como um símbolo de uma gestão que apostou mais no marketing do que no futebol.

Seja qual for o desfecho, o que está em jogo vai além da pontuação: trata-se do peso da camisa, da história e do orgulho de um clube que já foi sinônimo de talento e alegria, e que agora luta pela sobrevivência.

O torcedor ainda espera um milagre — e, quem sabe, um lampejo de genialidade do ídolo que um dia fez o mundo se encantar pela Vila Belmiro. Mas o tempo está acabando, e a pergunta que ecoa entre os santistas é dura e inevitável: será que nem o Neymar será capaz de salvar o Santos desta vez?