Nem a fama, nem o sucesso nos palcos protegem alguém das dores mais profundas da vida. E foi exatamente isso que Zé Felipe descobriu ao se deparar com um relato inocente — mas perturbador — vindo de sua filha Maria Alice. A pequena, com a sinceridade típica das crianças, começou a falar sobre conversas com o “tio Leandro”. O problema? Ela nunca conheceu esse tio, falecido muito antes de seu nascimento.

No início, Zé Felipe tentou encarar com leveza, como uma brincadeira ou uma imaginação infantil. Mas as falas se tornaram frequentes, detalhadas, intensas demais para serem ignoradas. Cada palavra da filha trazia à tona memórias dolorosas de um luto mal resolvido e um elo misterioso entre gerações. Em meio a esse turbilhão, o cantor percebeu: aquilo ultrapassava qualquer explicação lógica. E, mais do que isso, mexia com algo que ele mais prezava — a segurança emocional e espiritual de sua filha.

Somando a isso o peso da recente separação com Virgínia Fonseca e a distância dos outros filhos, Zé Felipe se viu fragilizado como nunca antes. A dor não vinha só do passado, mas da impotência diante do presente. Era como se Maria Alice tivesse aberto uma porta para algo que ninguém havia pedido, mas que agora não podia mais ser fechado.

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Foi então que uma lembrança lhe veio à mente: as palavras do pai, Leonardo, sempre tão admirador da fé do Frei Gilson. Em busca de uma resposta, de alívio, ou talvez de uma saída, Zé decidiu seguir esse instinto. Não procurou médicos, psicólogos ou especialistas. Procurou a fé. Procurou o Frei.

A viagem foi silenciosa e carregada de emoções. Cada quilômetro percorrido parecia cavar mais fundo nas lembranças da ausência de Leandro. Mas também reforçava a certeza de que ele precisava fazer algo. E foi com essa determinação que chegou até Frei Gilson — não como cantor, mas como pai.

Ao encontrar o Frei, Zé Felipe não usou palavras rebuscadas nem discursos ensaiados. Ele simplesmente desabafou. Contou tudo: as conversas assustadoramente lúcidas de Maria Alice com o tio falecido, a separação, o medo, a sensação de não conseguir proteger sua filha de algo invisível e inexplicável. Pediu ajuda. Pediu oração. Pediu que o tio Leandro não fosse mais um fardo na vida da menina, mas que ela fosse resguardada por uma força maior.

Frei Gilson, com a serenidade que já emocionou milhares de fiéis pelo país, não hesitou. Acolheu o pedido com empatia, sem julgamento, e iniciou ali mesmo uma oração carregada de fé, firmeza e compaixão. Para Zé Felipe, aquele momento foi um divisor de águas. A oração não apagou o passado, mas trouxe paz. Trouxe um conforto que ele não encontrava há semanas. Era como se, naquele instante, o medo fosse substituído pela fé.

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As lágrimas vieram — e não eram de dor, mas de alívio. Pela primeira vez, Zé Felipe sentiu que sua filha estava protegida. Que ele, como pai, havia feito o que era possível. E que o resto, agora, era com Deus.

O retorno para casa foi diferente. Se na ida ele carregava o peso da incerteza, na volta ele trazia uma leveza quase espiritual. Maria Alice continuava sendo o centro das atenções, mas agora com um novo olhar. O vínculo que antes causava medo, agora era tratado com fé. Ele não precisava entender tudo. Precisava confiar, rezar e estar presente.

Zé Felipe aprendeu que não é necessário controlar o inexplicável, mas sim acolhê-lo com oração e esperança. E, acima de tudo, que proteger um filho vai muito além do físico — é também cuidar da alma. Sua jornada com Frei Gilson não foi apenas uma busca por respostas, mas um gesto de amor profundo, de entrega total.

Essa história não é só sobre um cantor famoso. É sobre um pai que, diante do medo, escolheu a fé. E que nos relembra, com simplicidade e coragem, que o maior escudo que podemos oferecer aos nossos filhos é a oração.