Na manhã desta terça-feira, 5 de agosto de 2025, o Brasil parou para assistir a um dos momentos mais aguardados do ano: o depoimento de Virgínia Fonseca ao Conselho Tutelar de Goiânia. A influencer, envolvida em uma polêmica denúncia sobre suposta exposição excessiva de suas filhas, Maria Alice e Maria Flor, enfrentou o que muitos já chamam de “a audiência mais assistida da história da internet brasileira”.

O caso ganhou repercussão nacional depois que uma ex-funcionária de Virgínia, Bia Miranda, protocolou uma queixa no Conselho Tutelar de Goiânia. No documento, ela alegava que as crianças estariam sendo expostas de forma inadequada em campanhas publicitárias e conteúdos domésticos, inclusive citando cenas onde uma das meninas aparece chorando sem ser socorrida de imediato. O protocolo se espalhou rapidamente pelas redes sociais, e a opinião pública logo se dividiu: proteção ou exagero?

Com a denúncia formalizada e a pressão digital aumentando, o juiz responsável decidiu convocar Virgínia para prestar esclarecimentos pessoalmente. A audiência foi organizada em duas etapas: uma parte fechada, com perguntas técnicas, e outra semiaberta, com presença de jornalistas e influenciadores previamente credenciados. O clima era de tensão máxima no Fórum de Infância e Juventude de Goiânia.

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Virgínia entrou na sala com semblante sério, mas confiante. Vestindo um terninho claro e acompanhada de seu advogado, ela respondeu com calma às perguntas do juiz e dos representantes do Conselho Tutelar. Ao ser questionada sobre a rotina das gravações, explicou que tudo é feito com acompanhamento de babás, horários estabelecidos e pausas para alimentação e descanso. Segundo ela, o foco sempre foi manter o ambiente familiar leve e respeitoso.

Mas o momento mais tenso veio quando a influencer teve que explicar o episódio descrito por Renata Souza, ex-funcionária do condomínio onde mora atualmente. Renata afirmou ter ouvido a filha mais nova chorando por mais de meia hora durante uma gravação. Virgínia, visivelmente emocionada, respondeu que a gravação foi interrompida assim que a equipe percebeu o choro da criança, e que o trecho vazado foi tirado de contexto.

“Jamais colocaria a dor das minhas filhas acima de qualquer campanha”, afirmou, com os olhos marejados. “Se em algum momento pareci descuidada, peço desculpas. Sou mãe antes de tudo.”

A defesa da influencer apresentou documentos e contratos que comprovariam o cuidado com o uso da imagem das crianças. Planilhas, cláusulas contratuais e vídeos de bastidores mostravam que a presença das meninas nos conteúdos era pontual, supervisionada e, segundo a equipe, em conformidade com a legislação.

Mesmo com os esclarecimentos, o debate continua. Nas redes, os comentários vão desde aplausos pela coragem de Virgínia em enfrentar tudo de cabeça erguida até críticas à suposta tentativa de monetizar a infância das filhas. A hashtag “Protejam as Crianças” voltou a figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter, ao lado de “Estamos com Virgínia”.

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Enquanto isso, empresas que patrocinavam a influenciadora já demonstram preocupação com a repercussão. Algumas marcas pausaram campanhas com participação das meninas até que o caso seja esclarecido. Virgínia, por sua vez, reduziu drasticamente a exposição das filhas e tem focado em conteúdos mais neutros, como tutoriais e receitas.

O depoimento foi apenas o começo de uma longa jornada. O juiz ainda deve avaliar o material apresentado, ouvir outras testemunhas, como Renata Souza, e, eventualmente, determinar se houve violação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Especialistas alertam para a falta de regras claras sobre o uso da imagem de crianças em redes sociais e campanhas digitais — uma lacuna que pode, inclusive, motivar novas regulamentações após este caso.

Ao final da sessão, o semblante de Virgínia era o mesmo da chegada: firme, mas agora aliviado. Do lado de fora, fãs aguardavam com cartazes de apoio, enquanto críticos pediam mais rigor do Conselho.

Independentemente do desfecho, o caso já marca um novo capítulo na relação entre fama digital, publicidade e infância. Se antes o uso da imagem dos filhos era visto como algo natural para influenciadores, agora o debate se aprofunda. Até que ponto vale a pena dividir cada momento da vida familiar com o público? Onde termina o conteúdo e começa a exposição?

Essas perguntas, que antes pareciam distantes, agora batem à porta de milhares de famílias brasileiras que também vivem, gravam e compartilham. A resposta talvez não venha em uma única sentença judicial — mas está, aos poucos, sendo construída em cada comentário, em cada post, em cada escolha.