O Brasil foi mais uma vez surpreendido por uma história que mistura crime, falhas na justiça e insegurança até mesmo nos locais considerados mais protegidos. Edson e Telma Ribeiro, pais de Bruna Biancardi — influenciadora digital e atual companheira de Neymar, dentro do condomínio de luxo onde residem, em Cotia, região metropolitana de São Paulo.

Na ocasião, três criminosos armados invadiram a casa do casal. O crime, que parecia ter sido planejado com cuidado, tomou contornos ainda mais chocantes quando as investigações revelaram que um dos assaltantes era, na verdade, vizinho das vítimas.

Eduardo Vasconcelos, de apenas 19 anos, foi identificado pelas câmeras de segurança do condomínio, que continuaram operando graças a um gerador durante a queda de energia provocada pela invasão. Ele confessou participação no crime e atualmente encontra-se preso, aguardando julgamento.

Mas o caso ficou ainda mais revoltante após a prisão de Pedro Henrique dos Santos Vasconcelos, outro envolvido no crime. Pedro chegou a ser detido pela polícia militar, mas foi liberado poucas horas depois. O motivo? O mandado de prisão referente ao assalto simplesmente não constava no sistema.

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Essa falha no processo gerou uma enorme repercussão, principalmente após reportagem exibida no programa “Fantástico”, da TV Globo. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o mandado de prisão de Pedro havia sido emitido durante uma fase de inquérito sigilosa, e por isso não aparecia nas buscas públicas. Já a Secretaria de Segurança Pública declarou que a polícia teria sim condições de acessar esse mandado, caso tivessem consultado corretamente o sistema.

Enquanto a Justiça e a polícia trocam acusações sobre de quem foi a falha, a realidade é uma só: um dos criminosos saiu pela porta da frente da delegacia, mesmo tendo sido identificado por imagens de segurança e acusado formalmente por envolvimento direto em um crime que chocou o país.

O terceiro envolvido no crime, conhecido apenas pelo apelido “Europa”, também foi identificado, mas até o momento não há informações concretas sobre sua prisão.

Além do impacto legal e social, o episódio levanta uma discussão urgente sobre a segurança em condomínios de alto padrão. Apesar de oferecerem estruturas de vigilância, portarias blindadas e até monitoramento remoto, muitos ainda falham em pontos básicos, como a entrada de visitantes e o controle de moradores e vizinhos.

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Nesse caso, o “perigo morava ao lado”. Eduardo, o jovem de 19 anos, não precisou sequer driblar a segurança externa — ele já fazia parte da vizinhança.

A situação expõe também a fragilidade emocional que episódios como esse causam às vítimas. Bruna Biancardi não estava presente na casa no momento do assalto, mas seus pais enfrentaram momentos de puro terror. Um trauma desse tipo não se apaga com facilidade. E mesmo com a prisão de um dos envolvidos, o sentimento de insegurança permanece.

A indignação da sociedade é compreensível. Afinal, trata-se não só de um crime brutal, mas de uma demonstração clara de como falhas no sistema podem beneficiar criminosos. A justiça que deveria proteger, nesse caso, falhou — e falhou de forma grave.

Enquanto isso, os brasileiros seguem acompanhando, perplexos, mais um episódio em que a sensação de impunidade se sobrepõe ao sentimento de justiça. Em um país onde a violência urbana é rotina, resta a todos a esperança de que este caso não fique impune e que, de fato, sirva de alerta para mudanças urgentes.

Aos pais de Bruna Biancardi, fica a solidariedade por um trauma que ninguém deveria viver. E à sociedade, fica o dever de continuar cobrando — por justiça, por segurança e por um país onde os criminosos não saiam pela porta da frente da delegacia, como se nada tivesse acontecido.