Uma disputa que começou silenciosa nos bastidores da separação entre Zé Felipe e Virgínia Fonseca se transformou em um dos processos judiciais mais acompanhados do país. O motivo: a exposição dos filhos do casal nas redes sociais. Em decisão recente, o Tribunal de Justiça de Goiás manteve a liminar que obriga Virgínia a remover vídeos com os três filhos menores e proibiu novas divulgações que revelem dados sensíveis. A decisão, por maioria, reacende o debate sobre os limites entre vida privada e conteúdo digital, especialmente no universo das mães influenciadoras.

Tudo começou com a postagem aparentemente inofensiva de um vídeo intitulado “Bom Dia com as minhas três bênçãos”, publicado por Virgínia em 27 de julho. O conteúdo mostrava momentos cotidianos com os filhos Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo, mas incluía informações como nome e endereço da creche de uma das meninas. A repercussão foi imediata. Milhares de internautas denunciaram a publicação como um risco à segurança das crianças. Em poucos dias, Zé Felipe acionou a Justiça pedindo medidas de proteção e responsabilização civil da ex-esposa.

O juiz responsável atendeu ao pedido e determinou a exclusão imediata de quatro vídeos, além da proibição de qualquer postagem que envolva localização, instituições frequentadas ou informações pessoais das crianças. Virgínia, por sua vez, recorreu. No entanto, no julgamento do agravo de instrumento em 15 de setembro, a Primeira Câmara Cível decidiu manter a liminar.

Zé Felipe posta reflexão após suposto processo contra Virginia e agita ...

A sessão no TJ-GO foi tensa. De um lado, a defesa de Zé Felipe, amparada por parecer favorável do Ministério Público, argumentou que o bem-estar e a privacidade das crianças estavam em risco. O promotor Lucas Tavares defendeu que a Justiça precisava agir para garantir a integridade dos menores diante da exposição constante. Do outro lado, os advogados de Virgínia alegaram que os vídeos são registros afetivos legítimos e que não havia má-fé por parte da influenciadora. A defesa também destacou que não houve divulgação deliberada de informações sensíveis com intenção de prejudicar.

Por dois votos a um, os desembargadores decidiram manter a remoção dos vídeos. A relatora, Dra. Lúcia Mendonça, reforçou a necessidade de proteção integral à criança, conforme o artigo 227 do ECA, e considerou que, diante da repercussão nacional e da facilidade de acesso às informações, havia sim risco real à segurança dos menores.

A repercussão da decisão foi imediata. Nas redes, as opiniões se dividiram. Parte do público elogiou a postura de Zé Felipe, dizendo que ele está fazendo o que muitos pais deveriam: blindar os filhos dos holofotes. Já seguidores de Virgínia lamentaram o que chamam de “censura emocional” e argumentaram que a influenciadora sempre tratou os filhos com carinho e responsabilidade.

Após volta, Zé Felipe fala o que sente sobre Virgínia: "Fica"

Influenciadores, especialistas em direito digital e psicólogos entraram na discussão, apontando que o caso pode se tornar um marco jurídico. Muitas marcas e agências de publicidade que trabalham com creators familiares começaram a rever cláusulas contratuais para garantir que o direito à imagem de menores seja respeitado. Lives, vídeos de análise e até campanhas de conscientização surgiram no vácuo do caso.

Virgínia, por sua vez, se pronunciou brevemente nas redes, dizendo apenas que irá cumprir a decisão, mas que recorrerá para “não perder o direito de contar sua história como mãe”. Desde então, os vídeos em seu canal passaram a seguir um novo padrão: sem crianças, sem bastidores da rotina familiar, apenas conteúdos profissionais.

Enquanto isso, Zé Felipe comemorou a vitória parcial em nota à imprensa, afirmando que seu compromisso é com a segurança das filhas e que espera que a decisão sirva de exemplo para outros pais influenciadores.

O próximo passo será o julgamento definitivo, que ainda não tem data marcada. Até lá, a disputa segue viva — não apenas nos tribunais, mas também no campo das narrativas. A história, que começou como mais um drama de separação entre celebridades, pode acabar transformando a forma como o Brasil lida com a exposição infantil na internet.